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Esquerda deseja criar ‘frente popular’ para eleições antecipadas na França

O Partido Socialista, o Partido Comunista, Os Ecologistas e A França Insubmissa comprometeram-se a apresentar “candidaturas únicas no primeiro turno”, marcado para 30 de junho

Esquerda deseja criar ‘frente popular’ para eleições antecipadas na França
Esquerda deseja criar ‘frente popular’ para eleições antecipadas na França
Jean-Luc Melenchon, que liderou a última frente popular de esquerda na França, em 2022. Foto: Geoffroy VAN DER HASSELT / AFP)
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Os principais partidos de esquerda na França defenderam na segunda-feira à noite a criação de uma “nova frente popular” nas eleições legislativas antecipadas, que o presidente Emmanuel Macron convocou de maneira inesperada após a vitória da extrema-direita nas eleições europeias.

Após várias horas de negociações, o Partido Socialista, o Partido Comunista, Os Ecologistas e A França Insubmissa (LFI, esquerda radical) comprometeram-se a apresentar “candidaturas únicas no primeiro turno” das eleições, marcado para 30 de junho, uma semana antes do segundo turno, em 7 de julho.

“Pedimos a constituição de uma nova frente popular que reúna, de forma inédita, todas as forças de esquerda humanistas, sindicais, associativas e cidadãs”, afirma um comunicado conjunto publicado após a reunião em Paris.

As quatro legendas já disputaram unidas as eleições legislativas de 2022, na aliança Nova União Popular Ecológica e Social (Nupes), então liderada pelo esquerdista Jean-Luc Mélenchon, que meses antes havia ficado em terceiro lugar nas eleições presidenciais.

Porém, a aliança chegou ao fim devido às divergências entre sua ala social-democrata e a ala mais radical, o que deixou o partido de ultradireita Reunião Nacional (RN) como a principal força de oposição na Assembleia Nacional (Câmara Baixa).

As eleições europeias mudaram o equilíbrio de forças, com o avanço da ala social-democrata: os socialistas foram os mais votados na esquerda, com 13,83% dos votos, à frente da LFI (9,89%), dos ecologistas (5,5%) e dos comunistas (2,36%).

O anúncio aconteceu no momento em que centenas de jovens, que compareceram a um protesto contra a extrema-direita na capital francesa, estavam reunidos em frente ao local da reunião para pressionar por um acordo.

“Somos um país que hoje se levanta para dizer não à extrema-direita”, afirmou o líder socialista Olivier Faure. “Mostramos a nossa vontade de concorrer unidos para propor uma alternativa a Emmanuel Macron”, acrescentou Manuel Bompard, líder da LFI.

As eleições legislativas e presidencial de 2022 deixaram a França dividida em três blocos: a aliança centrista de Macron, a extrema-direita de Marine Le Pen e a esquerda, mas os resultados das eleições europeias reavivaram o medo da chegada do partido RN ao poder.

A legenda recebeu 31,37% dos votos, muito à frente dos 14,60% do partido de Macron. Duas pesquisas sobre as eleições legislativas mostram o RN com 33-34% das intenções de voto. Segundo a ‘Harris Interactive’, o partido conseguiria entre 235 e 265 dos 577 deputados, contra quase 90 no atual Parlamento.

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