Política
Indicado por Bolsonaro para vice de Nunes gera revolta e deputados do PP falam em saída do palanque
O ex-presidente banca a escolha do ex-coronel da Rota Ricardo de Mello Araújo para compor a chapa do prefeito de São Paulo


Caciques do PP estão irritados com o fortalecimento do ex-coronel da Rota Ricardo de Mello Araújo (PL), indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para a vice de Ricardo Nunes (MDB) na disputa pela prefeitura de São Paulo, e falam em saída da base do prefeito.
Os deputados federais Fausto Pinato e Coronel Telhada devem procurar nos próximos dias o presidente nacional do PP, Ciro Nogueira, para manifestar insatisfação com o policial militar aposentado.
Por outro lado, o deputado estadual Delegado Olim articula uma reunião com o secretário de Governo de São Paulo, Edson Aparecido, para expor sua opinião. O parlamentar também espera ter um encontro com Nunes a fim de discutir o tema.
“Temos uma posição firme e o partido [precisa] ter um pouco mais de valor, porque o tempo de televisão que estamos dando a esse Ricardo Nunes é bem grande e dá para ele se eleger”, disse Olim a CartaCapital. Caso a legenda permaneça com o prefeito, o deputado diz que não subirá no palanque com Mello Araújo.
A avaliação feita sob reserva por integrantes do partido é que Nunes precisa de um nome moderado para a vice, diante de um cenário de empate técnico com Guilherme Boulos (PSOL).
Apesar disso, a entrada de Pablo Marçal (PRTB) e José Luiz Datena (PSDB) no páreo contribui para o PL pressionar Nunes a bater o martelo em prol de Mello Araújo.
Aliados de Bolsonaro têm cobrado gestos mais enfáticos de aliança com a direita. Na manhã desta segunda-feira 10, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) defendeu a escolha do ex-PM e disse ser necessário acelerar a formalização do vice.
À reportagem, Pinato avaliou que a pressão exercida por bolsonaristas sobre Nunes é indevida. Ele defende a realização de pesquisas internas para testar a viabilidade do candidato a vice. “Nós precisamos buscar o moderado de centro e de centro-direita. São muitos partidos, nós, Republicanos, União Brasil. Por que não preferir uma composição harmônica?”
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