Mundo
Guerra em Gaza pode se estender até o fim do ano, diz alto funcionário israelense
Quase oito meses após o início da guerra, Israel enfrenta uma pressão internacional cada vez maior para alcançar uma trégua


Um alto funcionário da segurança israelense disse nesta quarta-feira 29 que a guerra na Faixa de Gaza para destruir o grupo islamista palestino Hamas pode se estender até o fim deste ano.
“Podemos ter mais sete meses de combates para consolidar o nosso sucesso e alcançar o que definimos como a destruição do poder e das capacidades militares do Hamas”, disse o conselheiro de Segurança Nacional, Tzachi Hanegbi.
“Para nós, a vitória significa destruir as capacidades militares do Hamas, trazer de volta todos os reféns e garantir que no final da guerra não haja mais ameaças de Gaza”, acrescentou, em declarações dadas no Chipre à emissora pública israelense Kan. “Em outras palavras, não haverá mais exércitos terroristas financiados pelo Irã em nossa fronteira.”
O conselheiro relatou discussões sobre o futuro de Gaza no período pós-guerra.
“Estamos tentando planejar o que acontecerá depois da guerra, para que os palestinos sejam responsáveis pelas suas próprias vidas”, afirmou. “Seremos responsáveis pela segurança de Israel, mas não queremos governar em Gaza.”
Quase oito meses após o início da guerra, Israel enfrenta uma pressão internacional cada vez maior para alcançar uma trégua e também é alvo de vários processos nos tribunais internacionais com sede em Haia.
No entanto, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu permanece firme em sua determinação de “aniquilar” o Hamas, no poder na Faixa de Gaza desde 2007.
O conflito eclodiu em 7 de outubro, quando milicianos islamistas mataram 1.189 pessoas, a maioria civis, no sul de Israel, segundo um relatório da AFP baseado em dados oficiais israelenses.
Os combatentes também sequestraram 252 pessoas. Israel afirma que 121 continuam cativas em Gaza, das quais 37 teriam morrido.
Em resposta, Israel lançou uma ofensiva aérea e terrestre contra Gaza que até agora deixou 36.096 mortos, a grande maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do governo do Hamas.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

A pergunta sobre vítimas de ataques israelenses em Gaza que ‘ofendeu’ porta-voz de Biden
Por CartaCapital
ONG Repórteres Sem Fronteiras apresenta denúncia ao TPI sobre jornalistas mortos em Gaza
Por AFP
Lula volta a criticar ações de Israel em Gaza: ‘Não podemos nos calar’
Por CartaCapital