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Caso Marielle: O novo encontro entre Rivaldo Barbosa e a Polícia Federal
O ministro do STF Alexandre de Moraes determinou um novo depoimento do delegado


A Polícia Federal deve ouvir na próxima segunda-feira 3 o delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa, denunciado pela Procuradoria-Geral da República sob a suspeita de envolvimento direto nos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018.
Barbosa pediu para depor à PF e o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes acolheu a solicitação na segunda-feira 27. O ministro mandou a corporação realizar a oitiva em até cinco dias após a notificação e conferiu ao delegado o direito ao silêncio e a garantia de não autoincriminação.
A PGR denunciou Barbosa pelos homicídios qualificados de Marielle e Anderson, por tentativa de homicídio da assessora parlamentar Fernanda Chaves e por organização criminosa.
Segundo a denúncia, ele encorajou a decisão de matar Marielle e prestou auxílio intelectual aos envolvidos, inclusive com orientação sobre onde não deveriam cometer os assassinatos. À época, o acusado era diretor da Divisão de Homicídios da Polícia Civil. Um dia antes dos homicídios, tornou-se chefe da corporação.
Em 17 de maio, Moraes manteve a prisão preventiva de Rivaldo Barbosa, acolhendo uma recomendação do procurador-geral da República, Paulo Gonet, para quem o delegado “não comprovou nenhuma mudança fática ou jurídica apta a alterar o panorama da decisão judicial que deferiu a custódia máxima.”
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