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Disparos de armas de fogo mataram 4 vezes mais negros que brancos no Brasil, aponta pesquisa
Estudo compreende um período de dez anos e mostra a disparidade dos efeitos do uso de arma de fogo no País


Os dados foram divulgados nesta segunda-feira 27 e constam no Boletim Saúde da População Negra, feito para a TV Globo. O boletim é uma iniciativa do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) e do Instituto Carê.
O número total de homens negros mortos por uso de arma de fogo em via pública, entre 2012 e 2022, foi de 149,7 mil. Por outro lado, os casos de homens brancos somaram 38,2 mil.
O pico aconteceu em 2017, quando, segundo o estudo, 17,6 mil homens negros morrem em decorrência de arma de fogo.
Entre 2017 e 2019, houve uma baixa significativa nos casos – foram cerca de 10 mil no último ano citado -, mas, uma nova subida foi registrada a partir de 2020.
O ano de 2017 também marcou o ponto alto das mortes por agressão, especialmente no que se refere a homens negros. Os casos envolvem não apenas armas de fogo, mas o uso de faca, assim como a violência física. Naquele ano, foram 4 mil vítimas negras contra 1,1 mil vítimas brancas.
O estudo também buscou medir como o uso de armas de fogo afeta as mulheres negras. Segundo o levantamento, entre 2012 e 2022, 13,6 mil mulheres negras morreram por conta de disparo de arma de fogo.
Assim, como os homens, há diferenças significativas entre as populações negra e branca: no caso das mulheres brancas, foram 5,5 mil óbitos pelo motivo citado, no período.
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