Cultura

“Admiro profundamente este homem”, diz Oliver Stone na exibição do documentário “Lula” em Cannes

Os ingressos esgotaram assim que a bilheteria abriu para a exibição “Lula”, de Oliver Stone e Rob Wilson, neste domingo 19 no Festival de Cannes

“Admiro profundamente este homem”, diz Oliver Stone na exibição do documentário “Lula” em Cannes
“Admiro profundamente este homem”, diz Oliver Stone na exibição do documentário “Lula” em Cannes
O cineasta Oliver Stone durante exibição do documentário Lula, em Cannes Foto: LOIC VENANCE / AFP
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Os ingressos esgotaram assim que a bilheteria abriu para a exibição de “Lula”, de Oliver Stone e Rob Wilson, neste domingo (19) no Festival de Cannes, fora da competição oficial. Muita gente fez fila na porta na esperança de haver desistências de última hora e de conseguir entrar.

A sessão em uma das salas do Palácio dos Festivais estava lotada e a equipe do filme foi calorosamente aplaudida. O veterano cineasta americano disse, antes da exibição, que o documentário é “sobre uma pessoa especial no mundo de hoje, um líder único”. Oliver Stone lembrou alguns fatos marcantes da vida o presidente brasileiro e acrescentou: “admiro profundamente este homem”.

Ele afirmou ainda que sabe “que muitas pessoas da elite detestam o Lula” e pediu que as pessoas da plateia “não o detestem”. O diretor-geral do Festival de Cannes, Thierry Frémeaux, tentou tranquilizar o cineasta afirmando que o público, formado por muitos brasileiros, iria “amá-lo e comprendê-lo”. Por fim, brincou: “quem não gosta do Lula que levante o braço!”, provocando risos.

“Lula” foi exibido na mostra “Sessões Epeciais” da seleção oficial do Festival. O filme retrata a vida do presidente brasileiro, focando na sua prisão, entre 2018 e 2019, sua eleição em 2022 e a volta ao poder “triunfal”.

Entrevista inédita com Lula

Os diretores tiveram um acesso privilegiado para entrevistas com o presidente brasileiro e seus conselheiros. A principal entrevista, feita por Oliver Stone com o então candidato à reeleição pelo PT, aconteceu durante a campanha eleitoral de 2022. Ele também conversou com Glenn Greenwald, fundador do site The Intercept, para revelar os meandros da Operação “Lava Jato” que levou Lula à prisão.

O longa ressalta a importância da “Vaza Jato”, divulgada por Greenwald, para a libertação do líder do PT. O filme denuncia o chamado “lawfare”, ou instrumentalização política da justiça, e a implicação dos Estados Unidos na operação Lava Jato.

Além das entrevistas inéditas, o documentário, clássico, é construído com imagens de arquivo, potencializadas por uma trilha sonora instrumental. Para o público brasileiro, “Lula” não traz muitas novidades – a mensagem do filme visa um público internacional.

No final da exibição, bastante aplaudida, o codiretor Rob Wilson disse esperar que o público “perceba que é possível que as democracias no mundo tenham um político como o Lula, que cumpre, uma vez no poder, as promessas que faz”.

Stone fez outros filmes com temáticas latino-americanas, como a ficção “Salvador”, em 1986, com James Woods. Durante sua carreira, o diretor também realizou documentários sobre personalidades do continente, como os três projetos sobre Fidel Castro, lançados entre 2003 e 2012, ou ainda “My Friend Hugo”, sobre o ex-presidente venezuelano Hugo Chávez. Várias cenas desses filmes foram reutilizadas em “Lula”, que concorre ao prêmio “Olho de Ouro” de melhor documentário selecionado no Festival de Cannes.

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