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‘Inadmissível’, diz Lula sobre atentado a tiros contra o primeiro-ministro da Eslováquia
Robert Fico foi atingido por tiros ao sair de uma reunião oficial; estado de saúde do político é grave


O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou como “inadmissível” o ataque sofrido por Robert Fico, primeiro-ministro da Eslováquia. O político europeu foi atingido por tiros ao sair de um compromisso oficial na tarde de quarta-feira 15.
Para Lula, a situação também é um exemplo de ataque à democracia:
“É inadmissível o que aconteceu ontem na Eslováquia com o primeiro-ministro Robert Fico, baleado quando saía de uma reunião de governo na cidade de Handlová. Situações como essas, de intolerância e violência, merecem nosso repúdio e nos afetam a todos, pois atentam contra nossos valores de defesa da democracia e da paz”, escreveu Lula em uma rede social nesta quinta-feira 16.
A publicação do petista termina com ‘solidariedade ao povo eslovaco’:
“O ódio não pode prevalecer. Minha solidariedade a Robert Fico e família e ao povo eslovaco. Desejo sua pronta recuperação.”
Estado grave
Fico segue hospitalizado após o atentado. Embora o estado de saúde do político populista seja considerado muito crítico, ele estaria consciente e “já consegue falar”. A informação foi repassada pelo presidente da Eslováquia, Peter Pellegrini. O político sugeriu uma interrupção na campanha eleitoral na União Europeia.
“Ele consegue falar, mas apenas algumas frases”, disse Pellegrini aos repórteres do lado de fora do hospital em Banska Bystrica, no centro do país, onde Fico está sob tratamento.
“Ele está muito, muito cansado. A situação continua muito crítica”, explicou, acrescentando que “horas e dias muito difíceis esperam pelo primeiro-ministro”.
Os cirurgiões passaram várias horas na sala de cirurgia durante a noite, lutando para salvar o líder de 59 anos, vítima de um atentado que foi condenado em todo o mundo.
O suposto agressor, um homem de 71 anos que os meios de comunicação eslovacos identificaram como escritor, foi acusado de “tentativa de homicídio premeditado”, anunciou o ministro do Interior, Matus Sutaj Estok, que relacionou o ataque a “motivações políticas”.
“Trata-se de um lobo solitário” que decidiu agir porque estava “insatisfeito” com “os resultados das eleições presidenciais” realizadas em abril, que deram a vitória a Pellegrini, aliado de longa data de Fico.
Radicalização
A Eslováquia já foi sacudida por outros ataques violentos relacionados à política. Em 1995, o filho do chefe do Estado daquela época, Michal Kovac, foi sequestrado e posteriormente encontrado na vizinha Áustria.
Durante anos, suspeitava-se que o então primeiro-ministro, Vladimir Meciar – principal rival de Kovac – poderia estar envolvido no crime.
Em outro caso, um de seus ex-ministros, Jan Ducky, foi assassinado na frente da própria casa, em Bratislava, no ano de 1999.
(Com informações de AFP)
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