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Argentina tem dia de greve geral contra o governo Milei

Segunda paralisação geral contra governo interrompe, por 24 horas, bancos, transportes, aulas e serviços públicos

Argentina tem dia de greve geral contra o governo Milei
Argentina tem dia de greve geral contra o governo Milei
Entorno da Casa Rosada, em Buenos Aires. Serviços foram interrompidos em greve geral no país. Foto: AFP
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A Argentina está em greve geral nesta quinta-feira 9. A paralisação nacional contra o governo Javier Milei foi convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT) e ganhou a adesão das principais agremiações sindicais do país.

Diversas atividades estão paralisadas em todo o país, a exemplo de boa parte do transporte público, escolas, bancos e repartições públicas. A paralisação deve durar 24 horas.

O secretário geral da Associação dos Trabalhadores do Estado, Rodolfo Aguiar, confirmou que a paralisação dos funcionários públicos “é quase total”, apontando que cerca de 97% da categoria não foi trabalhar hoje”.

“Nós, trabalhadores do Estado, estamos parando por conta das demissões e da redução de salários, entre outras questões”, afirmou. Fruto da política de ajuste fiscal, Milei vem impondo demissões em massa em empresas públicas da Argentina.

A paralisação também afeta os voos para o país. Centenas de voos que estavam marcados para hoje já foram cancelados. O Aeroparque Jorge Newbery, um dos principais da Argentina, está totalmente paralisado.

Essa é a segunda paralisação geral contra o governo Milei em menos de seis meses. Agora, as entidades reclamam contra o ajuste fiscal, a queda nos salários e, principalmente, contra o avanço da Lei de Bases – conhecida como Lei ‘Ómnibus’ – no Congresso do país.

O governo, por sua vez, está decidido a descontar os salários dos funcionários públicos que não foram trabalhar. Segundo o porta-voz da Presidência, Manuel Adorni, a medida “não tem justificativa aparente”. 

O governo também pretende transferir os custos relativos à paralisação aos organizadores, cumprindo um protocolo vigente desde o início do governo. “As organizações que participarem da marcha deverão arcar com as despesas que a situação causar”, afirmou Adorni, em coletiva de imprensa realizada ontem.

Ao contrário da primeira paralisação geral, em janeiro, nesta não está prevista nenhuma mobilização relevante dos sindicatos nas ruas do país.

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