Sociedade
IBGE: população indígena cresce no País e maioria vive em territórios não demarcados
Quase 1,7 milhão de pessoas se autodeclararam indígenas, de acordo com dados do Censo Demográfico 2022


Quase 1,7 milhão de pessoas se autodeclararam indígenas no Brasil, de acordo com dados do Censo Demográfico 2022 divulgados nesta sexta-feira 3 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
O número, que corresponde a 0,83% da sociedade brasileira, indica um crescimento de 88% da população indígena em comparação com o registros de 2010.
O IBGE aponta que apenas 36,75% da população indígena reside em Terras Indígenas oficialmente demarcadas.
A constatação foi possível porque o Instituto aplicou uma mudança em sua metodologia e acrescentou a seguinte pergunta para pessoas que não estão em territórios indígenas oficiais: “você se considera indígena?”.
A maioria dos indígenas (70%) se concentra nas regiões Norte (753.780) e Nordeste (529.128) do País. A região Centro-Oeste (200.153 indígenas) vem a seguir, à frente de Sudeste (123.434) e Sul (88.341).
Há registros de indígenas em 4.833 dos 5.570 municípios brasileiros (86,7%).
Mais da metade dos indígenas (56%) tem até 29 anos e apenas 10,6% têm mais de 60. A idade média deles é de 25 anos, 10 anos abaixo da idade média da população brasileira em geral.
O levantamento também aferiu que, nas terras indígenas, há uma prevalência do sexo masculino (52,12%) nos lares até a faixa dos 60 a 74 anos. A tendência, no entanto, se inverte a partir dos 75 anos, com as mulheres em maioria.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Em culto, pastor diz que beijou filha na boca: ‘Que mulherão. Ai se eu te pego’
Por Camila da Silva
Declaração de pastor sobre abuso infantil é amostra da cultura do silêncio que assombra as igrejas
Por Liniker Xavier
Santa Catarina entra em ‘alerta máximo’ para deslizamentos e desabamento
Por André Lucena