Política

Ministério da Justiça dá aval para recriar comissão sobre desaparecidos políticos

O colegiado, criado em 1995, foi extinto em 2022, no governo de Jair Bolsonaro (PL)

Ministério da Justiça dá aval para recriar comissão sobre desaparecidos políticos
Ministério da Justiça dá aval para recriar comissão sobre desaparecidos políticos
Foto: Divulgação/Arquivo Público DF
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O Ministério da Justiça e da Segurança Pública confirmou um parecer pela reinstalação da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. O documento foi encaminhado ao Ministério dos Direitos Humanos na última sexta-feira 26.

Criada em 1995 e extinta no final de 2022, no governo de Jair Bolsonaro (PL), a comissão trata de desaparecimentos e mortes em razão de atividades políticas no período de setembro de 1961 a agosto de 1979. Entre outros pontos, cabe ao colegiado mobilizar esforços para localizar os restos mortais das vítimas do regime militar e emitir pareceres sobre indenizações a familiares.

No início de 2023, o Ministério dos Direitos Humanos adotou medidas administrativas e jurídicas para reativar a comissão. Um parecer pela reinstalação já havia sido elaborado pela Consultoria Jurídica do Ministério da Justiça na gestão de Flávio Dino. A pedido da Casa Civil, contudo, o processo teve de ser retomado, sob o argumento de que houve troca no comando da pasta.

“Reexaminada a questão, em apertada síntese, a Nota Jurídica no 00550/2024/CONJUR- MJSP/CGU/AGU conclui que não houve inovação quanto aos documentos já analisados, tendo o processo retornado em razão da troca de tularidade do MJSP, tão somente para nova anuência e raficação” diz o ofício assinado pelo ministro interino da pasta, Manoel Carlos de Almeida Neto. O titular, Ricardo Lewandowski, está fora do País.

Em julho de 2023, a Coalizão Brasil por Memória, Verdade, Justiça, Reparação e Democracia, grupo formado por dezenas de entidades de defesa dos direitos humanos, já havia cobrado do governo federal ações efetivas em políticas públicas, entre elas a reinstalação da comissão.

Em março, o Ministério Público Federal no Distrito Federal também recomendou ao governo Lula (PT) que retomasse o colegiado em até 60 dias.

Segundo o MPF, a continuidade dos trabalhos da comissão é fundamental, especialmente em relação ao reconhecimento de vítimas, à busca por restos mortais e a registros de óbito.

Em 2014, após dois anos e sete meses de trabalho, a Comissão Nacional da Verdade apontou, em seu relatório final, 434 mortes e desaparecimentos de vítimas da ditadura militar no País. Entre elas, 210 são desaparecidas.

(Com informações da Agência Brasil)

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