Mundo

França recua de homenagem a marechal que colaborou com nazismo

A reação negativa da sociedade levou Emmanuel Macron a mudar de ideia

França recua de homenagem a marechal que colaborou com nazismo
França recua de homenagem a marechal que colaborou com nazismo
Pétain, marcado pelo colaboracionismo
Apoie Siga-nos no

O palácio do Eliseu tentava nesta quinta-feira 8 amenizar a polêmica levantada pela declaração feita na véspera do presidente Emmanuel Macron sobre homenagear o marechal Philippe Pétain, que colaborou com o regime nazista. Em entrevista à tevê, os ministros da Educação e da Cultura disseram que isso nunca foi cogitado.

Em nota ainda na quarta-feira 7, o Eliseu afirmou que “nenhuma homenagem seria feita a Pétain” nas comemorações do Centenário da Primeira Guerra Mundial. O governo salientou que “apenas os marechais sepultados no monumento parisiense do Hôtel National des Invalides”, que hoje abriga uma necrópole militar e museus, serão lembrados em homenagem no próximo sábado. Pétain está enterrado em um cemitério na região de Vendée, no oeste do país.

Leia também:
Partido do governo apresenta proposta para legalizar maconha no México
CNN, NBC, Fox e Facebook rejeitam anúncio de Trump acusado de racista

“É evidente que está totalmente fora de questão prestar homenagem ao marechal Pétain”, declarou nesta quinta-feira 8 o ministro da Educação Nacional, Jean-Michel Blanquer. “Claro que quando falamos da Primeira Guerra, é claro que ele teve um papel, não vamos fazer como as ditaduras que apagam as fotos de pessoas como se elas não tivessem existido”, acrescentou.

Homenagem legítima, segundo Macron

Durante uma turnê pela França às vésperas das comemorações do Centenário do fim da Primeira Guerra, o chefe de Estado disse considerar “legítimo” homenagear o Marechal Pétain.

Considerado por muitos como um colaborador nazista, Philippe Pétain foi um dos grandes nomes do primeiro conflito mundial, mas, ao se tornar chefe de Estado em 1940, se aliou a Alemanha e acabou julgado por traição no fim da Segunda Guerra. Diversos políticos e instituições judaicas se revoltaram com a declaração de Macron.

Para o ministro francês da Cultura, Franck Riester, convidado de uma outra TV francesa, trata-se de “uma polêmica vazia” e que “muitos adversários do presidente da República tentam de tudo para desacreditá-lo”.

Leia mais na RFI:
Vitória dos democratas na Câmara dos EUA pode prejudicar planos de Bolsonaro
Comércio entre Brasil e Irã ainda não foi impactado pelas sanções americanas a Teerã
 

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo