Tecnologia
A revolução digital
Eric Schmidt, o CEO do Google, especula sobre os 6 bilhões que ainda não têm celular


Por Felipe Marra Mendonça
O google chegou ao Mobile World Congress (MWC), feira da telecomunicação móvel realizada anualmente em Barcelona, sem grandes anúncios para fazer ao público. Talvez essa mesma “liberdade” tenha permitido ao CEO Eric Schmidt usar sua palestra para revelar um pouco de como a empresa pretende massificar o acesso à internet.
A resposta, para o Google, é relativamente simples: massificar a adoção do seu sistema operacional para celulares e tablets. “Falamos sobre como todo mundo tem um celular, mas somente 1 bilhão de pessoas tem um deles. Para a maioria da população, a revolução digital ainda não chegou.”
Schmidt fazia alusão às tentativas anteriores de levar tecnologia a comunidades carentes. A principal delas, a One Laptop per Child (Um Laptop por Criança), ainda patina na burocracia dos governos que anunciaram apoiar a iniciativa sem, no entanto, colocar a mão no bolso. O executivo entende que a transição gradual dos mercados emergentes de celulares simples para smart-phones pode levar mais gente a acessar a internet do que simplesmente aguardar que todos consigam comprar um PC ou laptop e o conectem à rede.
Parte da vantagem dos smartphones, segundo Schmidt, é que eles não precisam de uma conexão constante. Podem acessar a internet simplesmente quando necessário. “A revolução dos smartphones será universal e essa experiência estará disponível para todos por uma fração do preço”, disse ele em alusão aos PCs. “Se o Google acertar a mão, teremos um Android em cada bolso, e com nossa atual taxa de crescimento isso certamente será possível.”
A conta de Schmidt baseava-se no fato de que 850 mil aparelhos com Android são ativados diariamente, com 300 milhões de smartphones já no bolso dos consumidores. A progressão, embora não seja geométrica, dobrou no último semestre, o que fez com que o executivo brincasse que -logo não existiriam mais consumidores suficientes para o Google.
A palestra do Google foi importante, mas ele não contava com o timing impecável da Apple. A empresa decidiu lançar os convites para a palestra do lançamento do iPad 3 exatamente no meio do seu discurso. Nessa mesma hora, Schmidt- passou a ser uma simples distração para analistas e jornalistas, que precisaram postar rapidamente em seus sites e blogs a notícia do convite da Apple. A empresa conseguiu mudar a conversa para as novas especificações do iPad 3 naquele mesmo instante. A Apple adotou a mesma estratégia enquanto a Nintendo lançava o 3DS.
E o que tem de novo o iPad lançado na quarta-feira 7? A imagem colocada pela Apple no convite mostrava um usuário tocando a tela de alta resolução e os dizeres: “Temos algo que você realmente precisa ver. E tocar”.
De fato, a mais nova versão do tablet da Apple tem uma tela com resolução de 2.048 x 1.536 linhas, ou 3,1 milhões de pixels. Isso quer dizer que a tela possui 1 milhão de pixels a mais do que a tela de uma tevê de alta definição. Mas quer dizer principalmente que será mais confortável ler no iPad, antiga reclamação de quem usa telas de cristal líquido.
A Amazon que se cuide.
Por Felipe Marra Mendonça
O google chegou ao Mobile World Congress (MWC), feira da telecomunicação móvel realizada anualmente em Barcelona, sem grandes anúncios para fazer ao público. Talvez essa mesma “liberdade” tenha permitido ao CEO Eric Schmidt usar sua palestra para revelar um pouco de como a empresa pretende massificar o acesso à internet.
A resposta, para o Google, é relativamente simples: massificar a adoção do seu sistema operacional para celulares e tablets. “Falamos sobre como todo mundo tem um celular, mas somente 1 bilhão de pessoas tem um deles. Para a maioria da população, a revolução digital ainda não chegou.”
Schmidt fazia alusão às tentativas anteriores de levar tecnologia a comunidades carentes. A principal delas, a One Laptop per Child (Um Laptop por Criança), ainda patina na burocracia dos governos que anunciaram apoiar a iniciativa sem, no entanto, colocar a mão no bolso. O executivo entende que a transição gradual dos mercados emergentes de celulares simples para smart-phones pode levar mais gente a acessar a internet do que simplesmente aguardar que todos consigam comprar um PC ou laptop e o conectem à rede.
Parte da vantagem dos smartphones, segundo Schmidt, é que eles não precisam de uma conexão constante. Podem acessar a internet simplesmente quando necessário. “A revolução dos smartphones será universal e essa experiência estará disponível para todos por uma fração do preço”, disse ele em alusão aos PCs. “Se o Google acertar a mão, teremos um Android em cada bolso, e com nossa atual taxa de crescimento isso certamente será possível.”
A conta de Schmidt baseava-se no fato de que 850 mil aparelhos com Android são ativados diariamente, com 300 milhões de smartphones já no bolso dos consumidores. A progressão, embora não seja geométrica, dobrou no último semestre, o que fez com que o executivo brincasse que -logo não existiriam mais consumidores suficientes para o Google.
A palestra do Google foi importante, mas ele não contava com o timing impecável da Apple. A empresa decidiu lançar os convites para a palestra do lançamento do iPad 3 exatamente no meio do seu discurso. Nessa mesma hora, Schmidt- passou a ser uma simples distração para analistas e jornalistas, que precisaram postar rapidamente em seus sites e blogs a notícia do convite da Apple. A empresa conseguiu mudar a conversa para as novas especificações do iPad 3 naquele mesmo instante. A Apple adotou a mesma estratégia enquanto a Nintendo lançava o 3DS.
E o que tem de novo o iPad lançado na quarta-feira 7? A imagem colocada pela Apple no convite mostrava um usuário tocando a tela de alta resolução e os dizeres: “Temos algo que você realmente precisa ver. E tocar”.
De fato, a mais nova versão do tablet da Apple tem uma tela com resolução de 2.048 x 1.536 linhas, ou 3,1 milhões de pixels. Isso quer dizer que a tela possui 1 milhão de pixels a mais do que a tela de uma tevê de alta definição. Mas quer dizer principalmente que será mais confortável ler no iPad, antiga reclamação de quem usa telas de cristal líquido.
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