CartaExpressa
Gleisi critica Campos Neto por articulação com Congresso: ‘Devia terminar o mandato quieto’
O presidente do Banco Central tem atuado para aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição que garanta autonomia financeira e orçamentária à instituição


A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, criticou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, nas articulações políticas que têm feito junto ao Congresso para aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição que garanta autonomia financeira e orçamentária à instituição.
“O BC é uma autarquia. Vem o Campos Neto dizer que quer autonomia financeira. Ele quer ser o quê? Um banco privado?”, questionou a parlamentar, em entrevista à CNN.
“O Roberto Campos Neto já está no fim do mandato, devia terminar o mandato tranquilo. Acho que já está equivocado com a política de juros que ele mantém. Então, termina quieto. Não fica articulando com o Congresso”, completou. O mandato do economista frente ao BC vai até dezembro deste ano.
A PEC começou a tramitar pelo Senado e está sendo discutida na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ); tem como relator o senador Plínio Valério (PSDB-AM).
O presidente do BC tem se reunido com parlamentares para defender a matéria. Campos Neto quer angariar o apoio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Gleisi garantiu que o PT é contra as articulações.
“Não conversei com o governo sobre isso. Nós somos contra. Aliás, a posição do PT sobre a autonomia do Banco Central já era contra desde aquele primeiro projeto. Porque o BC já teve autonomia. E agora tem mandato descoincidente com o presidente da República”.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Petrobras fará transição energética de forma gradual, diz Prates
Por CartaCapital
Deputada tenta mudar regimento da Câmara para vetar Nikolas da comissão de Educação
Por Wendal Carmo
STF forma maioria para condenar mais 15 pelo 8 de Janeiro
Por CartaCapital