Educação

Deputada tenta mudar regimento da Câmara para vetar Nikolas da comissão de Educação

Luciene Cavalcante quer vetar deputados investigados nos casos previstos na Lei da Ficha Limpa; Nikolas é réu na Justiça de MG

Deputada tenta mudar regimento da Câmara para vetar Nikolas da comissão de Educação
Deputada tenta mudar regimento da Câmara para vetar Nikolas da comissão de Educação
O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG). Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
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A deputada federal Luciene Cavalcante (PSOL-SP) apresentou, nesta sexta-feira 8, um projeto de lei que, uma vez aprovado, teria o poder de impedir que Nikolas Ferreira (PL-MG) assuma a presidência de qualquer comissão permanente na Câmara dos Deputados.

O texto apresentado por Luciene propõe uma alteração no regimento interno da Câmara, a vetar deputados investigados nos casos previstos na Lei da Ficha Limpa de presidir comissões.

Nikolas é réu na Justiça de Minas Gerais por transfobia. Enquanto vereador em Belo Horizonte, o bolsonarista gravou e expôs uma aluna trans enquanto ela usava o banheiro escolar – o processo foi usado para questionar a idoneidade do deputado para comandar o colegiado.

“Neste sentido, é inadmissível que deputado que responda processo criminal por crimes tão graves quanto os previstos na Lei da Ficha Limpa esteja permitido a presidir comissões, visto o grave risco a ordem dos trabalhos por pessoa suspeita”, justifica a parlamentar do PSOL.

A iniciativa é parte da ofensiva articulada por parlamentares ligados ao Palácio do Planalto para se contrapor à permanência do deputado mineiro no comando da Comissão de Educação. Nikolas recebeu aval de 22 integrantes do colegiado para exercer o cargo, na última quarta-feira.

A comissão, que tem cerca de 180 milhões de reais reservados em emendas de comissão no Orçamento de 2024, é responsável por discutir propostas voltadas à educação e à política educacional.

Como mostrou CartaCapital, a escolha do bolsonarista para o colegiado deixou a equipe de articulação política do governo Lula em alerta e fez o Planalto escalar uma ‘tropa de choque’ para frear uma eventual ofensiva ideológica patrocinada por Nikolas.

Hoje, o principal temor é que o parlamentar utilize o colegiado para discutir temas que movimentam a extrema-direita brasileira: a proibição do uso de pronomes neutros e de banheiros por identidade de gênero nas escolas, além do homeschooling e das escolas cívico-militares.

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