Economia
Fim dos ciclos na Amazônia
“Não cabe mais um modelo restrito à exportação de matérias-primas”, avalia Paulo Rocha, no comando da Sudam
No Plano Nacional de Transformação Ecológica, anunciado pelo ministro durante a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, realizada em Dubai no fim do ano passado, a Amazônia possui um papel estratégico. Sem deter o desmatamento na maior floresta tropical do planeta, dificilmente o governo conseguirá cumprir suas metas de descarbonização da economia. Ao mesmo tempo, a equipe de Lula precisa oferecer alternativas para a população amazônica. Ciente desse desafio, a Sudam busca retomar o protagonismo perdido no financiamento de grandes projetos de desenvolvimento para a região, que se estende por nove estados e ocupa cerca de 60% do território nacional.
“A Sudam vem de um histórico de desmonte, descaso e descompromisso com a região e com os brasileiros”, lamenta Paulo Rocha, ex-senador pelo PT do Pará e atual superintendente da agência de fomento. O petista acredita ser possível fortalecer os pequenos e médios produtores locais, sem causar prejuízos à preservação do bioma. “Não cabe mais um modelo restrito à exportação de matérias-primas. Foi assim nos ciclos da borracha, da castanha, da madeira e, mais recentemente, de minérios. Precisamos de um processo de verticalização, para agregar valor aos produtos, e também mais inclusivo, e que combine o papel do pequeno, do médio e do grande produtor para desenvolver as economias locais.”
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.