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Lula volta a denunciar ‘genocídio’ na Faixa de Gaza e critica gastos com armamento

Segundo o presidente, a ofensiva ‘confirma uma vez mais a opção preferencial pelos gastos militares em vez de investimentos no combate à fome na Palestina’

28.02.2024 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante Participação em sessão especial com Chefes de Governo da Comunidade do Caribe - CARICOM - Georgetown - Guiana. Foto: Ricardo Stuckert / PR
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O presidente Lula (PT) voltou a classificar como “genocídio” a ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza, em pronunciamento na 46ª Cúpula de Chefes de Governo do Caribe, a Caricom, nesta quarta-feira 28. Ele também criticou os gastos de países europeus com armamento e disse que guerras “só produzem mortes, principalmente de inocentes”.

Caricom é um dos organismos de integração regional mais antigos em funcionamento. O bloco é composto por 20 países do Caribe – 15 Estados-membros e cinco associados.

“O genocídio em Gaza afeta toda a humanidade porque questiona o nosso próprio senso de humanidade e confirma uma vez mais a opção preferencial pelos gastos militares em vez de investimentos no combate à fome na Palestina, na África, na América do Sul e no Caribe”, afirmou Lula.

Nos últimos dias, o presidente tem criticado as incursões militares do governo de Benjamin Netanyahu no território palestino, que já deixaram cerca de 3o mil mortos. Durante sua passagem pela Etiópia, o petista elevou o tom e chegou a comparar indiretamente os bombadeiros à ação da Alemanha nazista contra os judeus.

Em reação, a diplomacia israelense cobrou retratação e declarou o presidente brasileiro persona non grata – termo utilizado para indicar que um chefe de Estado não é bem-vindo naquele país. Também aplicou uma reprimenda pública no embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer.

Em resposta, Lula retirou o embaixador de Tel Aviv, convocando-o para consultas.

Após os desdobramentos, o petista disse que repetiria as declarações, mas ressaltou não ter usado a palavra “Holocausto” para se referir ao conflito. O presidente reafirmou ainda a defesa do Brasil pelo cessar-fogo e pela abertura de um corredor humanitário.

Antes da participação na Caricom, Lula esteve em agendas bilaterais com o presidente da Guiana, Irfaan Ali, e com a primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley.

Da Guiana, o petista viaja para Kingstown, capital de São Vicente e Granadinas, no Caribe, palco da reunião de cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, na sexta-feira 1º.

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