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O tamanho do prejuízo da Americanas após a revelação da fraude na empresa
Varejista divulgou balanço nesta segunda-feira


A varejista Americanas registrou um prejuízo de 4,61 bilhões de reais entre os meses de janeiro e setembro de 2023, poucos meses após a revelação da fraude fiscal que atingiu a empresa. O resultado foi divulgado na manhã desta segunda-feira 26 e aponta uma queda de 23,5% na comparação com o resultado do mesmo período do ano em 2022.
O prejuízo, vale dizer, era esperado após o rombo fiscal ser revelado ao longo do último ano. Os dados, porém, foram adiados por diferentes justificativas ao longo dos últimos meses.
Segundo a própria empresa, o prejuízo revelado nesta segunda-feira pode ser explicado por uma queda de mais de 45% na receita líquida do período, quando comparado aos mesmos meses de 2022.
A queda, argumenta a Americanas, se deu em razão da diminuição das vendas pelos canais digitais da varejista. Neste setor, a redução foi maior do que 77% em apenas um ano. Para explicar a queda nas vendas, a empresa cita desconfiança dos consumidores com a revelação da fraude bilionária nas contas nos meses anteriores.
“No digital, onde se concentram as vendas de tickets mais altos, houve um abalo de confiança. Os clientes tinham preocupação em relação às entregas dos produtos e os sellers ficaram temerosos de não receber os repasses pelas vendas realizadas”, diz o trecho mencionado.
Uma readequação do modelo das lojas físicas, diz ainda a Americanas, segurou parte do prejuízo nesta área na empresa. Ao longo dos meses, parte das filiais da varejista foi fechada. A confiança no modelo, diz a nota da empresa, foi sendo retomada, o que reduziu o prejuízo nesta área.
Em 2022, vale lembrar, o prejuízo registrado pela Americanas foi de 12,9 bilhões de reais. O montante é bem maior do que o exposto naquela ocasião e foi revisado após a revelação de uma fraude fiscal, ainda em investigação.
Após o prejuízo, a gigante varejista optou por entrar com um pedido de recuperação judicial. O plano só foi aceito pelos credores em dezembro do ano passado, quase 1 ano após a solicitação.
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