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Detentos escapam de prisão sob controle de militares no Equador

Autoridades perceberam a fuga durante o controle diário de segurança realizado por militares, policiais e guardas penitenciários

Detentos escapam de prisão sob controle de militares no Equador
Detentos escapam de prisão sob controle de militares no Equador
Militares em Latacunga, Equador, em 22 de fevereiro de 2024. Foto: Rodrigo Buendia/AFP
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Três detentos fugiram da prisão de Latacunga, no centro andino do Equador, que está sob controle militar e havia recebido a visita de um grupo de jornalistas na véspera, informaram as forças armadas nesta sexta-feira 23.

Na madrugada de ontem, “detectou-se a fuga de três presos do Centro de Privação de Liberdade Cotopaxi”, também conhecido como Latacunga, indicou o Comando Conjunto das Forças Armadas em comunicado.

O órgão acrescentou que a fuga foi percebida durante o controle diário de segurança realizado por militares, policiais e guardas penitenciários. A prisão tem capacidade para cerca de 4.900 pessoas e uma ocupação de quase 4.300.

As forças de segurança e o órgão encarregado de administrar as prisões, o SNAI, “acionaram os protocolos de investigação e buscas para a localização e recaptura”.

Um grupo de jornalistas visitou ontem a prisão, de 17 hectares. Protegida por cerca de 1.500 militares, a penitenciária guarda as marcas da violência e dos privilégios de que gozavam os chefes de facções criminosas. Entre vidros e paredes marcadas por impactos de bala, há resquícios de luxos antigos, como jacuzzis e até uma boate.

Situado entre a Colômbia e o Peru, os maiores produtores mundiais de cocaína, o Equador era um país tranquilo, mas a violência ligada ao narcotráfico fez os homicídios se multiplicarem, passando de 6 para cada 100.000 habitantes em 2018 para o recorde de 46 em 2023.

Atrás das grades, as chacinas se tornaram frequentes. Desde fevereiro de 2021, cerca de 460 presos foram assassinados.

Em janeiro, a fuga de uma prisão de Guayaquil do chefe de uma temida facção foi o estopim de uma investida do narcotráfico. A escalada da violência levou o presidente Daniel Noboa a declarar “um conflito armado interno” para mobilizar a força militar nas ruas e nas prisões.

A presença de militares nas ruas reduziu a taxa de homicídios de 28 casos diários na primeira semana de janeiro para 11 depois de duas semanas, segundo dados oficiais.

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