Mundo
Lula não tentou comparar situação em Gaza ao que os alemães fizeram, diz chefe da diplomacia da UE
Josep Borrell comentou o assunto à margem da reunião de ministros do G20, no Rio de Janeiro
O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, afirmou nesta quinta-feira 22 que o presidente Lula (PT) não tentou comparar a guerra de Israel contra a Faixa de Gaza ao extermínio de judeus no Holocausto. Desde que o petista proferiu o comentário, no último domingo 18, o governo israelense divulgou acusações que irritaram o Itamaraty.
“Não quero interferir em questões internas, mas está claro que Lula não queria fazer uma comparação com Gaza e o que os alemães e outros fizeram“, disse Borrell a veículos internacionais, citado pela agência italiana ANSA. A declaração ocorreu à margem da reunião de ministros das Relações Exteriores do G20, no Rio de Janeiro.
Segundo Borrell, a situação diplomática entre Brasil e Israel não esteve na pauta do encontro.
Durante passagem por Adis Adeba, na Etiópia, Lula afirmou: “É importante lembrar que em 2010 o Brasil foi o primeiro país a reconhecer o Estado palestino. É preciso parar de ser pequeno quando a gente tem que ser grande. O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”.
Desde então, o governo de Israel reagiu em um tom que gerou indignação na diplomacia brasileira. Após uma sequência de acusações publicadas pela gestão de Benjamin Netanyahu, o chanceler Mauro Vieira afirmou que Tel Aviv escreveu uma “vergonhosa página” ao atacar Lula “com recurso a linguagem chula e irresponsável”. O ministro classificou como “algo insólito e revoltante” a conduta israelense.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.