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Deputado quer convocar Lewandowski para explicar fugas inéditas na segurança máxima
A proposta, contudo, só será avaliada pelos deputados quando a Comissão de Segurança Pública da Câmara for formada. Caso aprovada, Lewandowski será obrigado a comparecer


O deputado federal Ubiratan Sanderson, atual presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara, afirmou que irá convocar o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, para prestar esclarecimentos sobre a fuga de dois presos da Penitenciária Federal de Mossoró, unidade de segurança máxima no Rio Grande do Norte.
“Vamos cobrar todas as informações a respeito e a imediata apuração sobre as gravíssimas fugas. O novo ministro da Justiça será convocado”, disse Sanderson ao jornal Estado de São Paulo, nesta quarta-feira 14.
A proposta de convocação, contudo, só será avaliada pelos deputados quando a comissão for formada. Caso aprovada, Lewandowski será obrigado a comparecer.
A fuga foi constatada por agentes penitenciários na manhã desta quarta. É a primeira vez na história que há uma fuga registrada em presídio de segurança máxima. Inaugurado em 2009, o presídio federal de Mossoró é o único do Nordeste e uma das cinco unidades prisionais federais do país, que abriga mais de 200 detentos.
A Polícia Federal investiga a responsabilidade pela fuga e busca os dois homens com o apoio da Secretaria de Segurança Pública do estado e da Secretaria de Administração Penitenciária do Rio Grande do Norte.
Quem são os fugitivos?
Os fugitivos foram identificados como Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento, também conhecido como “Tatu” ou “Deisinho”. Eles são apontados como integrantes do Comando Vermelho.
Ambos são do Acre e estavam na penitenciária de Mossoró desde 27 de setembro de 2023, após envolvimento na rebelião ocorrida no presídio de segurança máxima Antônio Amaro Alves, no qual cinco detentos foram mortos, três deles decapitados.
Preso desde agosto de 2015, Deibson passou pelo presídio federal de Catanduva (PR) onde tem condenações e responde por assaltos, furtos, roubos, homicídio e latrocínio. Ele cumpria pena de 33 anos por assalto a mão armada.
Rogério também cumpria pena no Acre, quando foi determinada sua transferência para o Rio Grande do Norte. Ele cumpria pena de cinco anos por envolvimento com o tráfico de drogas.
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