Política

MP Militar pede investigação sobre irregularidades na compra de filé mignon pelas Forças Armadas

O órgão identificou a existência de dois fornecedores com preços diferentes a vencerem o mesmo pregão da Força Aérea Brasileira

MP Militar pede investigação sobre irregularidades na compra de filé mignon pelas Forças Armadas
MP Militar pede investigação sobre irregularidades na compra de filé mignon pelas Forças Armadas
Militares do Exército em fila. Foto: Acervo 13BIB - Curitiba /PR
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O Ministério Público Militar pediu a instalação de um inquérito policial militar para apurar indícios de irregularidades em dois pregões realizados no governo de Jair Bolsonaro (PL) para a compra de filé mignon destinado às Forças Armadas.

O relatório partiu da procuradora de Justiça Militar Najla Nassif Palma. O MPM identificou a existência de dois fornecedores com preços diferentes a vencerem o mesmo pregão da Força Aérea Brasileira – ou seja, o órgão entende que os militares não priorizaram o preço mais baixo.

Segundo o documento, há o registro de compras com a Ravi Comércio Atacadista e Alimentos de 650 quilos em 27 de janeiro de 2020 e de mais 670 quilos em 11 de março de 2020. O preço do quilo foi de 41,28 reais.

As Forças Armadas, contudo, também compraram da GN Alimentos Ltda. 1,5 mil quilos em 11 de março de 2020 e 19,8 mil quilos entre 9 de julho e 18 de agosto de 2020. Aqui, o preço do quilo foi mais baixo: 34,66 reais.

O documento, assinado em 16 de janeiro, também questiona o fato de as Forças Armadas terem comprado 20 toneladas da carne nobre para consumo em poucos meses.

“Necessário perquirir com mais profundidade o fato de a administração pública adquirir um produto de um fornecedor com um preço maus custoso”, sustenta o Ministério Público. O órgão pede inicialmente que o responsável pelo inquérito:

  • junte os processos licitatórios, as notas de empenho do dinheiro e as assinaturas dos fiscais dos contratos sobre o recebimento dos produtos; e
  • tome o depoimento dos principais agentes públicos envolvidos.

A ação do MP Militar decorre de uma notícia de fato protocolada pelo ex-deputado federal Elias Vaz (PSB-GO), que denunciou a suspeita de compras irregulares em abril de 2022. Atualmente, Vaz é secretário de Assuntos Legislativos no Ministério da Justiça.

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