Política
Por que a Bahia decidiu proibir o uso de pistolas de água no Carnaval
Nos últimos anos, integrantes de blocos usaram o objeto para intimidar mulheres


O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), sancionou na segunda-feira 29 uma lei que proíbe o uso de pistolas de água nas festas de rua do estado. De autoria da deputada Olívia Santana (PCdoB), a medida foi aprovada por unanimidade pelo Legislativo em 2023.
A iniciativa surgiu após uma mulher ser agredida por foliões do tradicional bloco As Muquiranas.
Na ocasião, a vítima foi cercada por integrantes do grupo, atingida por jatos de água e empurrada diversas vezes. Ela só conseguiu sair após a chegada de agentes da Guarda Civil Municipal.
Situações similares ocorreram em outros locais: disparos de água eram dirigidos a mulheres que estavam fora dos blocos e, na sequência, ocorriam atos de violência.
Na cerimônia de sanção da lei, em Salvador, Jerônimo destacou que a proibição busca “garantir a segurança e o bem-estar de todas as pessoas, coibindo atos machistas e misóginos”.
Segundo a nova lei, as pistolas de água serão recolhidas nos portais de acesso dos circuitos da folia e na área interna das festas. O dispositivo também prevê a fiscalização em outras agendas populares de rua no estado.
No caso de agentes encontrarem o objeto, ele será apreendido. Posteriormente, os itens serão enviados para reciclagem em uma cooperativa.
As penalidades e as multas em caso de resistência à apreensão não foram definidas.
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