Sociedade

Economia do Reino Unido deve superar a do Brasil em 2012. O que isso significa?

O Brasil deve voltar a ficar atrás dos britânicos na lista das maiores economias em 2012, mas o país tem problemas mais graves para se preocupar

Economia do Reino Unido deve superar a do Brasil em 2012. O que isso significa?
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O relatório Perspectivas Econômicas Mundiais, divulgado na terça-feira 17 pelo Fundo Monetário Internacional, trouxe uma notícia incômoda para o Brasil. Segundo os técnicos do FMI, a economia do país vai cair no ranking das maiores do mundo e deve, neste ano, perder a sexta posição, tomada do Reino Unido em 2011. A queda na tabela pode parecer desanimadora, mas o Brasil tem problemas mais graves para se preocupar, como a desigualdade social, que continuará sendo um entrave para o país, a despeito do crescimento econômico.

Em primeiro lugar, é preciso relativizar a queda do Brasil. Segundo as projeções do FMI, o Produto Interno Bruto nacional deve crescer 3% em 2012, enquanto o britânico deve subir 0,8%. O diferencial da economia britânica deve ser, segundo o FMI, a valorização da libra em relação ao dólar em 2012. Neste ano, a perspectiva para o real é inversa. A moeda nacional deve perder valor diante da moeda americana. Não é uma notícia ruim. O Banco Central busca levar o real um patamar adequado para exportadores e importadores e, se conseguir isso, a economia como um todo desfrutará.

Em segundo lugar, é preciso entender que o simples crescimento da economia, sem divisão de renda, não trará melhores condições de vida para a população como um todo. Mesmo com a redução da desigualdade social verificada nas últimas décadas, o Brasil ainda precisa escalar uma imensa montanha para se tornar uma nação desenvolvida. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) medido pelas Nações Unidas leva em conta expectativa de vida, anos na escola, expectativa de anos de estudo e PIB per capita. O Brasil já é considerado um país de alto nível de desenvolvimento no IDH, mas ainda assim ocupa a nada honrosa 84ª posição entre 187 países. Superam o Brasil seis países sul-americanos (Chile, Argentina, Uruguai, Venezuela, Peru e Equador), além de nações como Cuba, Bulgária, Romênia, Líbia e Líbano.

Quando o IDH é ponderado pela desigualdade social verificada no país, a situação do Brasil piora. O IDH brasileiro, de 0,718 ponto (o ranking vai de zero a um), despenca para 0,519 se levadas em conta as possibilidades de acesso a renda, saúde e educação no país. No ranking do IDH Ajustado à Desigualdade, o Brasil fica atrás mesmo de países com IDH inferior ao seu, como o Gabão.

Na terça-feira, a presidenta Dilma Rousseff comentou o relatório do FMI e disse que a posição do Brasil no ranking das maiores economias não é uma preocupação primordial. “O Brasil só chegará a ser a sexta potência do mundo se a sua população for também, em matéria de acesso a riqueza e aos bens, a sexta população mais rica do planeta”, disse ela. Para chegar a essa conclusão, basta comparar os rankings das maiores economias com o IDH. Apenas três países – Alemanha, Canadá e Estados Unidos – estão entre os dez primeiros em ambos. Os outros sete melhores colocados no ranking do IDH – Noruega, Austrália, Holanda, Nova Zelândia, Irlanda, Liechtenstein e Suécia – chegaram lá sem estar entre as maiores economias do mundo.

O relatório Perspectivas Econômicas Mundiais, divulgado na terça-feira 17 pelo Fundo Monetário Internacional, trouxe uma notícia incômoda para o Brasil. Segundo os técnicos do FMI, a economia do país vai cair no ranking das maiores do mundo e deve, neste ano, perder a sexta posição, tomada do Reino Unido em 2011. A queda na tabela pode parecer desanimadora, mas o Brasil tem problemas mais graves para se preocupar, como a desigualdade social, que continuará sendo um entrave para o país, a despeito do crescimento econômico.

Em primeiro lugar, é preciso relativizar a queda do Brasil. Segundo as projeções do FMI, o Produto Interno Bruto nacional deve crescer 3% em 2012, enquanto o britânico deve subir 0,8%. O diferencial da economia britânica deve ser, segundo o FMI, a valorização da libra em relação ao dólar em 2012. Neste ano, a perspectiva para o real é inversa. A moeda nacional deve perder valor diante da moeda americana. Não é uma notícia ruim. O Banco Central busca levar o real um patamar adequado para exportadores e importadores e, se conseguir isso, a economia como um todo desfrutará.

Em segundo lugar, é preciso entender que o simples crescimento da economia, sem divisão de renda, não trará melhores condições de vida para a população como um todo. Mesmo com a redução da desigualdade social verificada nas últimas décadas, o Brasil ainda precisa escalar uma imensa montanha para se tornar uma nação desenvolvida. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) medido pelas Nações Unidas leva em conta expectativa de vida, anos na escola, expectativa de anos de estudo e PIB per capita. O Brasil já é considerado um país de alto nível de desenvolvimento no IDH, mas ainda assim ocupa a nada honrosa 84ª posição entre 187 países. Superam o Brasil seis países sul-americanos (Chile, Argentina, Uruguai, Venezuela, Peru e Equador), além de nações como Cuba, Bulgária, Romênia, Líbia e Líbano.

Quando o IDH é ponderado pela desigualdade social verificada no país, a situação do Brasil piora. O IDH brasileiro, de 0,718 ponto (o ranking vai de zero a um), despenca para 0,519 se levadas em conta as possibilidades de acesso a renda, saúde e educação no país. No ranking do IDH Ajustado à Desigualdade, o Brasil fica atrás mesmo de países com IDH inferior ao seu, como o Gabão.

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