Mundo
Em meio ao caos na segurança, presidente diz que Equador vive sob ‘estado de guerra’
Vigora no país desde a terça-feira 9 o estado de ‘conflito armado interno’. Militares ganham protagonismo no enfrentamento a quadrilhas


O presidente do Equador, Daniel Noboa, afirmou nesta quarta-feira 10 que o país vive sob “estado de guerra”, depois de três dias de violência do narcotráfico. Ele ainda disse que enfrentará sem trégua mais de 20 mil membros de organizações consideradas terroristas pelo governo.
Em represália à pressão do Estado, quadrilhas lançaram uma ofensiva que deixou pelo menos 10 mortos e mais de 100 guardas carcerários sequestrados por detentos, além de viabilizar fugas de chefes criminosos.
“Estamos em um estado de guerra e não podemos ceder diante desses grupos terroristas”, disse Noboa à rádio Canela, após decretar estado de “conflito armado interno” na terça 9. Com essa medida, o presidente ordenou aos militares “neutralizar” as quadrilhas vinculadas a cartéis do México e da Colômbia.
A crise se seguiu à fuga de Adolfo Macías, o “Fito“, chefe da principal organização criminosa do país, conhecida como Los Choneros. Ele estava em uma penitenciária de Guayaquil.
Também vigora desde segunda-feira no Equador um estado de exceção, previsto para durar por 60 dias.
Nesta quarta, Noboa anunciou a deportação, a partir desta semana, de 1,5 mil estrangeiros que cumprem condenações nos centros penitenciários do país.
De acordo com o jornal El Universo, o governo deve começar com cidadãos da Colômbia, da Venezuela e do Peru, por serem países mais próximos. O presidente afirmou que as deportações vão reduzir a superlotação das prisões e os gastos com alimentação.
Segundo a agência Reuters, colombianos, venezuelanos e peruanos representam 90% dos presos no Equador.
Além disso, Noboa disse que juízes e fiscais que ajudarem os líderes de grupos terroristas identificados pelo Estado também serão considerados parte da “rede de terrorismo”.
(Com informações da AFP)
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Indígenas do Equador culpam política neoliberal por crise na segurança
Por Agência Brasil
O que se sabe sobre o brasileiro sequestrado no Equador?
Por Camila da Silva
Renan Calheiros indica possibilidade de operação para repatriar brasileiros do Equador
Por CartaCapital