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Papa Francisco aprova bênção aos casais homoafetivos desde que ‘não imite o matrimônio’

Comunicado do Vaticano amplia doutrina para ‘casais irregulares’, mas destaca que bênção não fará parte da liturgia católica

Papa Francisco aprova bênção aos casais homoafetivos desde que ‘não imite o matrimônio’
Papa Francisco aprova bênção aos casais homoafetivos desde que ‘não imite o matrimônio’
O papa Francisco. Foto: Filippo MONTEFORTE / AFP
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O Papa Francisco aprovou uma nova adição às doutrinas da igreja católica para permitir que sacerdotes e cardeais abençoem casais homoafetivos. No entanto, a nova resolução destaca que a doutrina exclui ‘qualquer ritualização que imite o matrimônio’.

A adição da nova doutrina já havia sido ventilada em outubro, quando o pontífice declarou ‘ver a possibilidade’ de que a igreja abençoe uniões entre pessoas do mesmo sexo. Francisco decidiu falar publicamente sobre o tema após cinco cardeais criticarem sua postura considerada excessivamente progressista em relação à população LGBT+.

O Vaticano ressalta que a nova doutrina apenas abre a possibilidade para a benção, mas não a torna obrigatório. O texto cita a união homoafetiva como “casais irregulares” e ressalta que o gesto pastoral não poderá conter elementos minimamente semelhantes aos ritos de casamento.

Na doutrina, a igreja divide as bênçãos em dois tipos: litúrgicas e espontâneas. Na primeira, entram rituais religiosos, como o casamento, a execução de missas, novenas e outros tipos de reza. A segunda, seria destinada aos momentos de ‘contemplar e acolher’ aqueles que não vivem de acordo com as normas da doutrina moral cristã.

“A igreja não tem poder de conferir uma bênção litúrgica a casais irregulares, uma vez que é necessário que ‘o abençoado esteja em conformidade com a vontade de Deus’”, destaca trecho do comunicado.

A medida anunciada nesta segunda-feira 18 faz parte do plano de Francisco em evitar que a igreja católica continue sendo um lugar de ‘não acolhimento’ para outras parcelas da sociedade que tenham interesse no cristianismo.

Além da nova doutrina, o pontífice também permitiu que católicos transgêneros possam ser batizados se o ato não provocar ‘escândalo’.

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