Economia

Congresso votará MP prioritária de Haddad nem que seja no Natal, cantando Jingle Bells, diz Randolfe

Segundo o líder do governo, porém, a regulação dos juros sobre o capital próprio ainda não está pacificada

Congresso votará MP prioritária de Haddad nem que seja no Natal, cantando Jingle Bells, diz Randolfe
Congresso votará MP prioritária de Haddad nem que seja no Natal, cantando Jingle Bells, diz Randolfe
O senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), líder do governo no Congresso Nacional. Foto: Pedro França/Agência Senado
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O líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), afirmou que não está pacificada entre os parlamentares a regulação dos Juros sobre o Capital Próprio, a ser incluída na Medida Provisória 1.185/2023, que altera a concessão de benefícios fiscais a empresas por meio do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços, o ICMS.

Segundo ele, porém, a MP é “indispensável” e será votada “nem que seja na véspera de Natal”.

O JCP é uma modalidade de lucro distribuído a acionistas de empresas. O governo tem a intenção de alterar a tributação sobre esse rendimento para arrecadar mais impostos.

“JCP não está pacificado”, disse Randolfe a jornalistas, nesta terça-feira 12. “Mas não tem maior embargo sobre JCP. Pode ser um tema a ser enfrentado posteriormente. Não é um tema central. Central para o governo é o mérito da MP das subvenções.”

A MP das subvenções é a pauta prioritária do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), no Congresso Nacional. A matéria possibilita a arrecadação de 35 bilhões de reais em impostos em 2024.

A medida é um dos mecanismos para o governo alcançar a meta de déficit fiscal zero no ano que vem, o que representaria o total equilíbrio entre as receitas e as despesas da administração federal.

Nessa mesma agenda, a nova tributação sobre o JCP renderia mais 10 bilhões de reais em impostos.

Na semana passada, Haddad havia confirmado a inclusão do tema no texto. A proposta, no entanto, enfrenta resistência no Congresso e pode ser mais branda se permanecer no parecer do deputado Luiz Fernando Faria (PSD-MG), relator da MP das subvenções.

A comissão mista que analisa a MP adiou pela terceira vez a sessão para a leitura do relatório. A reunião ocorreria nesta terça. É a partir do documento que será possível ter conhecimento exato das propostas.

Para entrar em vigor em 2024, o projeto deve ser aprovação ainda neste ano. Segundo Randolfe, o governo está confiante de que o texto passe nas duas casas do Legislativo até o Natal.

“Essa Medida Provisória é indispensável. Por mais tensão que se tenha em relação a isso, eu não acredito que nós terminaremos o ano sem votar. Nem que seja na véspera de Natal, cantando Jingle Bells, nós votaremos essa Medida Provisória aqui”, afirmou o líder do governo.

O parlamentar afirmou, ainda, que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), está comprometido a manter o funcionamento da Casa para a votação da matéria.

O senador também minimizou a resistência existente na própria base do governo no Senado em relação ao texto e disse que já foi possível contornar alguns votos.

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