Política

Após confusão com PM, privatização da Sabesp é aprovada na Alesp sem oposição

Deputados contrários à privatização deixaram o plenário após conflitos entre manifestantes e a Polícia Militar

Projeto de privatização da Sabesp foi aprovado ontem na Alesp. Foto: Sabesp/Reprodução
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Por 62 votos a favor e 1 contrário, a privatização da Sabesp foi aprovada na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) nesta quarta-feira 6. A votação foi sem a presença de deputados de oposição.

Os deputados contrários à privatização deixaram o plenário após confusão envolvendo a Polícia Militar, que resultou na expulsão de manifestantes.

A PM que chegou a usar spray de pimenta e cassetetes para conter os protestos. Vivian Mendes, líder do partido Unidade Popular e candidata ao Senado por São Paulo nas últimas eleições, foi presa durante o tumulto.

O projeto de privatização da Sabesp é uma das promessas de campanha do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Eram necessários, no mínimo, 48 votos dos 94 deputados para o texto ser aprovado. A deputada Delegada Graciela (PL) foi a única que votou contrária à medida.

Com 50 anos de história, a Sabesp está presente em 375 municípios paulistas e é a segunda maior companhia de saneamento da América Latina. Trata-se de uma empresa de economia mista: o Estado detém 50,3% das ações e o restante é negociado nas bolsas de São Paulo e Nova York.

Mesmo após aprovado no plenário da Alesp, o projeto de privatização ainda precisa passar obrigatoriamente pela Câmara de Vereadores de São Paulo antes de ser sancionado, uma vez que a capital representa 44% do faturamento da companhia.

Reações

A deputada federal pelo PSOL de São Paulo, Erika Hilton, repudiou a aprovação do texto. Ela lembrou ainda que o projeto correu na casa a toque de caixa, atropelando comissões e audiências públicas.

“O Projeto já é inconstitucional por si só. A cessão dos direitos da própria cidade que Ricardo Nunes fez, completamente ilegal. A forma como foi aprovada, gritantemente violenta e contra nossos próprios princípios democráticos”, disse. A parlamentar afirmou ainda que vai ao STF contra o texto.

O deputado estadual Eduardo Suplicy (PT-SP) criticou a violência contra os manifestantes. “Não é admissível que manifestantes sejam tratados com violência nas dependências da Alesp. A população não quer a privatização e tem direito de exigir que não aconteça. O governador tem que ouvir os moradores de SP”, disse.

Em suas redes sociais, Tarcísio comemorou a aprovação, que chamou de “dia histórico para São Paulo”. “A coragem com que enfrentaram os ataques dos que não têm argumentos ajudará a construir um legado de universalização do saneamento”, afirmou.

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