Política
Lula promete ‘esforços adicionais’ por acordo equilibrado entre Mercosul e União Europeia
‘Se a gente não concluir, estamos sendo irrazoáveis’, afirmou o presidente, ao lado do chanceler alemão Olaf Scholz


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira 4, que fará “esforços adicionais” para concluir a assinatura do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia.
Apesar de mencionar entraves recentes nas negociações, como críticas do presidente francês, Emmanuel Macron, ele vê possibilidades de sensibilizar os chefes de Estado.
“Ontem quando eu me despedi do presidente Macron, eu falei para o Macron: ‘Quando você pegar o avião, que você sentar na sua cadeira no avião, abra o seu coração, converse com a sua esposa, e aceite fazer o acordo entre a União Europeia e o Mercosul'”, afirmou.
A declaração foi dada pouco depois de assinar uma série de acordos bilaterais com o primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, com quem se reuniu pela manhã, em Berlim.
“Para utilizar o potencial que advém das relações econômicas e comerciais, o Brasil e a Alemanha apoiam a celebração do acordo União Europeia e Mercosul. Vamos fazer esforços adicionais para que esse acordo possa ser concluído”, afirmou Lula.
Na sequência, Scholz disse: “Vamos envidar esforços adicionais para que este acordo possa ser concluído”.
Sobre uma possível resistência do presidente eleito na Argentina, Javier Milei, Lula destacou a chance de que o chanceler alemão convença o novo presidente argentino a assinar o texto.
O acordo entre os blocos é negociado desde 1999, mas desde 2019, quando foi iniciada a revisão do texto, não se alcançou um entendimento comum.
Lula também declarou que discutiu com Scholz sobre os esforços para concluir o acordo e reiterou a expectativa de que a “União Europeia decida se tem ou não interesse na conclusão de um acordo equilibrado”.
“Eu só posso dizer para você que não vai ter assinatura [do acordo] na hora que terminar a reunião do Mercosul, que eu tiver o não. Enquanto eu puder acreditar que é possível fazer esse acordo, eu vou lutar para fazer”, destacou o petista.
E emendou: “Porque, depois de 23 anos, se a gente não concluir o acordo, é porque, eu penso que nós estamos sendo irrazoáveis com as necessidades que nós temos de avançar nos acordos comerciais, políticos e econômicos“.
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