Economia

‘Se não tiver acordo, paciência’, diz Lula sobre Mercosul e União Europeia

O presidente brasileiro declarou que não firmará um acordo para ter prejuízo

O presidente Lula e o presidente da França, Emmanuel Macron, durante a COP28, em Dubai, em 2 de dezembro de 2023. Foto: Ludovic Marin/AFP
Apoie Siga-nos no

O presidente Lula (PT) afirmou neste domingo 3 que, caso não se concretize acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, não será por falta de vontade dos sul-americanos, mas por protecionismo dos europeus. No sábado, o petista se reuniu nos Emirados Árabes Unidos com o presidente da França, Emmanuel Macron, na tentativa de avançar com a negociação.

Após participar da COP28, Lula comentou sobre o tema com jornalistas antes de deixar Dubai e embarcar rumo a Berlim. A Alemanha é um dos países que defendem o acordo Mercosul-UE.

“Se não tiver acordo, paciência, não foi por falta de vontade. A única coisa que tem que ficar clara é que não digam mais que é por conta do Brasil e que não digam mais que é por conta da América do Sul”, declarou o presidente.

“Assuma a responsabilidade de que os países ricos não querem fazer um acordo na perspectiva de fazer qualquer concessão, é sempre ganhar mais. Nós não somos mais colonizados, nós somos independentes, nós queremos ser tratados apenas com o respeito de países independentes que tem coisas para vender, e as coisas que temos têm preço. O que queremos é um certo equilíbrio.”

No sábado, Macron classificou o acordo como “incoerente” e “mal remendado”. Segundo ele, os termos “não levam em conta a biodiversidade e o clima dentro dele”.

Já segundo Lula, a França é protecionista sobre seus interesses agrícolas. Além disso, o petista defende alterações em pontos do acordo de livre comércio sobre licitações de compras governamentais, porque, em sua avaliação, trata-se de uma política indutora do desenvolvimento da indústria nacional.

Aprovado em 2019, após 20 anos de negociações, o acordo Mercosul-UE precisa ser ratificado pelos parlamentos de todos os países dos dois blocos para entrar em vigor. A negociação envolve 31 nações e trata de temas tarifários e regulatórios, como serviços, compras públicas, facilitação de comércio, barreiras técnicas, medidas sanitárias e fitossanitárias e propriedade intelectual.

“Se não tiver acordo, pelo menos vai ficar patenteado de quem é a culpa. Agora, o que a gente não vai fazer é um acordo para tomar prejuízo”, completou Lula.

(Com informações da Agência Brasil)

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo