Cultura

Visões e diatribes

A história da catadora de lixo Estamira no palco do teatro do Sesc Pompéia

Visões e diatribes
Visões e diatribes
Entre a lucidez e a loucura. Dani Barros no papel da catadora de lixo Estamira, personagem perturbada e perturbadora
Apoie Siga-nos no

por Álvaro Machado

Estamira – Beira do Mundo


Direção: Beatriz Sayad


Sesc Pompéia, São Paulo


Até 26 de julho

 

Vale a pena entrar na disputa por um dos 48 lugares do novo e ótimo espaço cênico no Sesc Pompéia. Estamira faz jus à fama construída em sua temporada carioca, alicerçada não apenas na carismática figura abordada pelo documentário homônimo de Marcos Prado (2005), mas sustentada, sobretudo, pela técnica e garra da atriz Dani Barros, cuja interpretação lhe rendeu o Prêmio Shell de Melhor Atriz.

A trabalhadora do lixão carioca de Gramacho, no Rio de Janeiro, morta em 2011, era assaltada por visões místicas e diatribes de fundo político dignas de constituir obra literária.

Suas falas a situam numa “linhagem brasileira” de vítimas de contradições sociais com consequências de comportamento esquizofrênico e escape pela expressão artística, como Arthur Bispo do Rosário e vários dos pacientes de Nise da Silveira.

Às alucinações da catadora, Dani somou o histórico de depressão clínica de sua mãe e fragmentos de Artaud, entre outros, para resultado bastante coeso.

por Álvaro Machado

Estamira – Beira do Mundo


Direção: Beatriz Sayad


Sesc Pompéia, São Paulo


Até 26 de julho

 

Vale a pena entrar na disputa por um dos 48 lugares do novo e ótimo espaço cênico no Sesc Pompéia. Estamira faz jus à fama construída em sua temporada carioca, alicerçada não apenas na carismática figura abordada pelo documentário homônimo de Marcos Prado (2005), mas sustentada, sobretudo, pela técnica e garra da atriz Dani Barros, cuja interpretação lhe rendeu o Prêmio Shell de Melhor Atriz.

A trabalhadora do lixão carioca de Gramacho, no Rio de Janeiro, morta em 2011, era assaltada por visões místicas e diatribes de fundo político dignas de constituir obra literária.

Suas falas a situam numa “linhagem brasileira” de vítimas de contradições sociais com consequências de comportamento esquizofrênico e escape pela expressão artística, como Arthur Bispo do Rosário e vários dos pacientes de Nise da Silveira.

Às alucinações da catadora, Dani somou o histórico de depressão clínica de sua mãe e fragmentos de Artaud, entre outros, para resultado bastante coeso.

ENTENDA MAIS SOBRE: ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo