Economia

‘Juros estão tão restritivos no Brasil que podemos continuar a cortá-los’, diz Campos Neto

Presidente do Banco Central sinaliza a manutenção da redução da taxa de juros nas próximas reuniões do Copom

‘Juros estão tão restritivos no Brasil que podemos continuar a cortá-los’, diz Campos Neto
‘Juros estão tão restritivos no Brasil que podemos continuar a cortá-los’, diz Campos Neto
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em audiência na Câmara dos Deputados. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sinalizou, nesta terça-feira 21, a manutenção da redução da taxa de juros nas próximas reuniões do Copom.

Ainda que tenha considerado que a expectativa da redução da inflação está um pouco acima da meta, o Campos Neto afirmou enxergar espaço para o corte dos juros.

“Pensamos que as taxas (de juros) são tão restritivas no Brasil que podemos continuar com o processo de redução, pois com a inflação caindo, as taxas reais de juros sobem e há espaço para cortar os juros e continuar no campo restritivo”, disse em entrevista à TV Bloomberg.

O presidente do BC ressaltou que o ritmo apropriado para a redução seria o de 0,5 pontos nas próximas duas reuniões do Copom.

“Depois disso vai depender de muitas coisas. Muitas incertezas serão dissipadas até lá. Temos um cenário internacional que aponta muita preocupação, há problemas geopolíticos, há incertezas relativas a preços de petróleo. Mas quando observamos como os mercados emergentes reagiram e o Brasil tem reagido, isso nos coloca em um sentimento positivo”, afirmou.

Campos Neto ainda ponderou ainda que, apesar do cenário internacional difícil, o real apresenta um bom desempenho perante o dólar.

“Primeiro, o Brasil melhorou em termos de ganhar credibilidade com o ciclo adotado mais cedo para conter a inflação”, disse.

Ele apontou também a melhora econômica e o bom desempenho das exportações.

“Em relação às contas externas, o Brasil está indo relativamente bem. Ao mesmo tempo, há uma percepção de que economias avançadas têm dívidas bem mais elevadas e, como resultado, tem risco muito maior, como é possível ver no mercado de CDS (de risco país)”, disse o presidente do BC.

“Ao observar a diferença entre o Brasil e algumas economias avançadas, o Brasil está indo bem, e é por isso que a moeda está bem comportada”, concluiu.

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