Sociedade
14 mil imóveis continuam sem energia na Grande São Paulo
A Enel, a empresa privada responsável pelo fornecimento da rede, descumpriu o acordo de restituição de energia até terça-feira 7; apagão chega ao 5º dia


Cerca de 14 mil imóveis da Grande São Paulo estão sem energia elétrica desde o temporal da última sexta-feira 3. A previsão da Enel, empresa privada responsável pelo abastecimento da rede no estado, era que a normalização dos serviços aconteceria até o final da terça-feira 7.
Após descumprir o compromisso, o presidente da Enel-SP, Max Lins, disse ser “impossível” prever uma nova data para restabelecimento da rede. Ele sustenta que a empresa “espera” terminar os trabalhos até o final do dia, mas sem garantias.
“Isso representa 0,07%. Evidentemente, que apesar de percentualmente ser um número pequeno, (…) a gente sabe do transtorno que isso causa na vida do consumidor”, afirmou em entrevista à TV Globo. “A gente acredita que ao longo da manhã, da tarde, a gente deve fechar esses 14 mil”.
Mesmo em meio às cobranças do governo federal e de parlamentares para a indenização dos moradores afetados com a demora no restabelecimento da rede, os empresários seguem exibindo satisfação sobre o trabalho.
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, na terça-feira 7, o empresário da Enel, Nicola Cotugno, disse que há transparência com os consumidores e que apesar das demissões, os serviços da empresa melhoraram.
“A gente foi honesto e transparente quando, no sábado [4], na hora do almoço, admitimos que estávamos com problema, mas que iríamos recuperar [até terça-feira]. A previsão foi humilde, consciente e responsável. O pior é dar uma previsão e não atender aquela previsão”, afirmou.
Ele ainda disse que empresa foi informada antecipadamente de que “alguma chuva pode vir, e objetivamente, veio um evento extraordinário”.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Privatiza que melhora? Enel e Via Mobilidade alertam para riscos da privatização da Sabesp
Por Orlando Silva
PSOL aciona o MP e pede que Enel indenize moradores afetados pelo apagão em São Paulo
Por Camila da Silva
Após apagão, executivo da Enel diz que empresa está fazendo ‘um trabalho incrível’ em SP
Por Carta Capital
CPI da Enel: Deputado defende indenização a atingidos por apagão em São Paulo
Por Victor Ohana