Educação

Estudantes da USP encerram greve após seis semanas

Greve de alunos da USP chegou a todos os institutos da capital no último dia 29 de setembro

Estudantes da USP encerram greve após seis semanas
Estudantes da USP encerram greve após seis semanas
Piquete organizado pelos estudantes da USP. Foto: Lucas Martins
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Os estudantes da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), última unidade estudantil da Universidade de São Paulo (USP) ainda paralisada, anunciaram o fim das greve. A expectativa é que as aulas retornem na quarta-feira 8.

Um dia antes do possível retorno das aulas, uma nova assembleia está marcada para terça-feira 7 para confirmar ou rejeitar o fim da paralisação.

De acordo com o Conselho das Entidades da EACH, de acordo com o método, uma assembleia é soberana à outra. “Reforçamos a importância de continuarmos mobilizados em prol das pautas e nos movimentarmos pelas reivindicações que ainda não foram atendida”, disse em um comunicado.

Giulia Baffini, representante do comando de greve da EACH, explica que a ocupação deve continuar até a próxima semana, já que algumas questões ainda precisam ser definidas, como a reposição de aulas.

“Como ainda esperamos uma resposta da nossa diretoria quanto a reposição de aulas e de possíveis acordos com a reitoria intermediados pelo Ministério Público, vamos manter a ocupação até terça-feira, quando teremos uma nova assembleia para pensarmos em outras possibilidades de mobilização”, disse a CartaCapital.

Histórico da greve

A greve de alunos da USP chegou a todos os institutos da capital no último dia 29 de setembro. A leva de protestos começou em 18 de setembro, quando o centro acadêmico do instituto de Letras, um dos cursos mais afetados pela falta de professores, aprovou a paralisação das atividades.

As principais reivindicações são a contratação imediata de professores e o retorno da política de “gatilho automático” (realização imediata de concursos após aposentadoria, falecimento ou exoneração de um professor, para garantir que o número de docentes não diminua), extinta em 2011.

Além disso, os alunos pautam o reajuste das políticas de permanência para alunos de baixa renda, a conclusão do plano diretor do campus da Escola de Artes, Ciências e Humanidades, a instituição de um vestibular indígena e o compromisso da reitoria de que os estudantes que participam das mobilizações não sofrerão represálias institucionais.

Ameaça de reprovação

Para tentar conter a manifestação dos estudantes, no último dia 24, a Pró-Reitoria de Graduação da USP enviou um comunicado aos diretores das suas unidades informando que passaria a considerar como falta o período de paralisação por greve estudantil.

Na prática, a medida da Pró-Reitoria significa que todos os alunos de institutos que continuarem em greve na próxima semana serão reprovados em todas as disciplinas. Segundo a USP, até o momento nenhum estudante foi afetado pela medida.

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