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Entenda os argumentos da Bolívia para romper as relações diplomáticas com Israel

Dias antes, o ex-presidente Evo Morales já havia defendido o fim dos laços com o Estado israelense

Entenda os argumentos da Bolívia para romper as relações diplomáticas com Israel
Entenda os argumentos da Bolívia para romper as relações diplomáticas com Israel
Registro de mais um bombardeio israelense contra a Faixa de Gaza, em 31 de outubro de 2023. Foto: Yuri Cortez/AFP
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A ministra da Presidência da Bolívia, María Nela Prada, anunciou nesta terça-feira 31 que o governo decidiu romper relações diplomáticas com Israel, em meio aos incessantes ataques contra a Faixa de Gaza.

Segundo a chancelaria boliviana, a decisão é um ato de repúdio à “agressiva e desproporcional ofensiva militar israelense, que ameaça a paz e a segurança internacionais”.

“No marco de sua posição de respeito pela vida, enviamos este comunicado oficial ao Estado de Israel, por meio do qual damos a conhecer a nossa decisão, como Estado Plurinacional da Bolívia, de romper relações diplomáticas com Israel”, disse a ministra.

“A Bolívia exige o fim dos ataques na Faixa de Gaza, que até agora causaram milhares de mortes de civis e o deslocamento forçado de palestinos, bem como o fim do bloqueio que impede a entrada de alimentos, água e outros elementos essenciais à vida, violando o Direito Internacional Humanitário no tratamento da população civil em conflitos armados.”

O comunicado do governo da Bolívia sustenta que a decisão de rompimento está “de acordo com os propósitos e os princípios da Carta das Nações Unidas, os direitos à vida, à liberdade, à paz e à rejeição de todos os tipos de tratamento cruel, desumano ou degradante”.

A ministra explicou ainda que a Bolívia enviará ajuda humanitária aos atingidos na Faixa de Gaza. Ela reforçou, contudo, que o governo rechaça a “hostilidade de Israel” em relação aos responsáveis por levar o auxílio ao enclave.

Na segunda-feira 30, o presidente Luis Arce expressou solidariedade com o povo palestino e condenou crimes de guerra.

“Não podemos ficar calados e continuar a permitir o sofrimento do povo palestino, especialmente das crianças, que têm o direito de viver em paz”, disse Arce, após um encontro com o embaixador palestino na Bolívia, Mahmoud Elalwani.

Em 20 de outubro, o ex-presidente da Bolívia Evo Morales já havia defendido, em mensagem endereçada a Luis Arce, que o país rompesse relações com o governo de Israel, “diante da horrorosa situação que sofre o povo palestino”.

Morales ainda pediu outras medidas, a exemplo de “declarar Israel como um Estado terrorista” e apresentar uma denúncia ao Tribunal Penal Internacional contra o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, por “crimes de guerra e de lesa-humanidade”.

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