Educação

1 em cada 5 jovens brasileiros deixou a escola sem ter concluído o Ensino Médio

A pesquisa ainda aponta para um crescimento na preferência pelos cursos de educação à distância

1 em cada 5 jovens brasileiros deixou a escola sem ter concluído o Ensino Médio
1 em cada 5 jovens brasileiros deixou a escola sem ter concluído o Ensino Médio
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
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Um em cada cinco brasileiros de 18 a 24 anos (cerca de 21%) está fora da escola mesmo sem ter concluído o ensino médio, apontam dados do Censo da Educação Superior 2022, divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, o Inep. Os números foram apresentados em coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira 10.

Entre este grupo demográfico, há ainda 1,2% está em distorção idade/série – quando o aluno cursa uma série inferior àquela em que deveria estar pela sua idade – e frequenta o ensino fundamental. Quase 10% também estão “atrasados” e ainda cursam o ensino médio.

As estatísticas educacionais do Censo servem de parâmetro para a implementação de políticas públicas em todo o país.

O levantamento do Inep revela ainda que 43,4% dos jovens não estão na universidade, mas concluíram o ensino médio. Por outro lado, segundo os dados, 20,2% dos brasileiros entre 18 e 24 anos frequentam o ensino superior e 4% já concluíram a faculdade.

A pesquisa ainda aponta para um crescimento na preferência pelos cursos de educação à distância. Para o ministro Camilo Santana, que esteve presente na coletiva, os dados sobre essa modalidade de ensino são “preocupantes”.

“É surpreendente o crescimento que ocorreu no período. O papel do Ministério da Educação é coordenar isso, regular isso, exige um sinal amarelo, se não um sinal vermelho, para tomar medidas importantes nesse cenário”, pontuou.

Durante o evento, Santana afirmou que 16 cursos superiores não poderão ser feitos à distância, mesmo que na modalidade híbrida – enfermagem, direito, odontologia e psicologia já estão suspensos pelo MEC e outros 12 ainda em debate, por meio de consulta pública. “O ensino a distância é importante, mas queremos prezar pela qualidade, e depois avaliar no Enade [Exame Nacional de Desempenho de Estudantes]”, disse.

No último ano, o número de novos alunos que escolheram fazer faculdade à distância cresceu 20%: saltou de 3,9 milhões para 4,7 milhões. Em instituições de ensino privadas, 72% dos novos alunos em 2022 optaram pelo EaD.

Nas licenciaturas, o índice foi 93,2%. De 2018 até o ano passado, houve 42% mais demanda por estudos remotos.

Adesão ao ENEM

O Censo da Educação Superior 2022 divulgado pelo Inep mostrou também que apenas 48,2% dos alunos brasileiros que concluíram o ensino médio em 2022 fizeram a prova do Enem, principal porta de entrada para o ensino superior no País. Os estados com pior desempenho são Bahia, Roraima, Maranhão e Pará. A situação é mais favorável no Ceará, em Goiás e no Espírito Santo.

A edição de 2023 recebeu 3,9 milhões de inscrições, um aumento de 13,1% em relação ao ano passado. Ainda assim, o índice de adesão ainda é inferior ao período de 2014 a 2016, quando o Enem atingia mais de 8 milhões de alunos.

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