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Evo Morales anuncia candidatura na Bolívia
O ex-presidente boliviano quer disputar a cadeira em 2025 – mas, para isso, precisará vencer resistências no próprio partido


O ex-presidente da Bolívia Evo Morales anunciou oficialmente que irá se candidatar para as eleições de 2025 em busca de um novo mandato.
“Obrigado pelos ataques do governo… Decidi aceitar os pedidos de nossa militância e de tantos irmãos e irmãs que participam de comícios em todo o país para ser candidato à Presidência de nossa querida Bolívia”, disse Morales, no domingo 24, em uma rede social.
Morales foi presidente da Bolívia até 2019, completando de 14 anos no poder, com três mandatos. Sua derrubada ocorreu em meio a protestos nas ruas, coordenados pela oposição, sob alegações de fraude eleitoral. Em meio à crise, Morales renunciou ao cargo e deixou o País, acusando um golpe da direita boliviana. Quem assumiu sua cadeira interinamente foi a oposicionista Jeanine Áñez.
Após 11 meses de um conturbado governo Áñez, foi eleito Luis Arce, ex-ministro da Economia de Morales.
Tensões à vista
Morales é o primeiro político boliviano a anunciar sua intenção de concorrer à presidência em 2025.
Entretanto, seu partido, o Movimento ao Socialismo, tem marcado para a próxima semana um congresso para formar uma comissão que organize, para dezembro ou janeiro, eleições primárias para eleger os candidatos à presidência e vice.
Morales e a cúpula do partido trocam farpas constantemente com ministros do presidente Arce, embora este tenha se mantido à margem das disputas.
Nos últimos meses, o ex-presidente acusou os ministros de Governo, Eduardo del Castillo, e Justiça, Iván Lima, de liderarem ações políticas contra ele e de tentarem envolvê-lo em casos de corrupção.
A disputa interna tem como pano de fundo o duelo entre Morales e Arce pela candidatura do MAS. O presidente, no poder desde novembro de 2020, disse que o tema de sua reeleição ainda não está na agenda.
Na Bolívia, há um dilema a respeito de Morales estar ou não habilitado a concorrer nas eleições.
A Constituição diz que o mandato presidencial é de cinco anos e que pode haver reeleição uma só vez de forma contínua.
O ministro Lima assinalou que o Tribunal Constitucional deve decidir se apenas pode haver uma única reeleição ou, como interpreta Morales, se é permitido a um ex-chefe de Estado uma nova candidatura.
(com informações da AFP)
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