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MaxMilhas, do grupo 123, pede recuperação judicial
Pedido ocorre pouco depois da Justiça suspender o processo de recuperação da empresa principal


Enfrentando dificuldades no setor de turismo para oferta de pacotes promocionais, a MaxMilhas, do grupo 123 Milhas, entrou com um processo de recuperação judicial na Justiça de Minas Gerais, na última quinta-feira 23.
A MaxMilhas pede que seja incluída com urgência no processo de recuperação judicial da 123Milhas, que foi suspenso nesta semana. As duas empresas anunciaram uma fusão em janeiro deste ano, mas afirmaram, à época, que seguiram atuando de maneira independente.
No pedido, a MaxMilhas pede que os efeitos da decisão sejam antecipados, para que possa alcançar uma blindagem de 180 dias, evitando que as dívidas sejam executadas pelos credores. Na ação, que envolve a MaxMilhas e o Lance Hotéis, a dívida é indicada em 226 milhões de reais.
A MaxMilhas alega que, quando a 123 Milhas solicitou a recuperação judicial, a sua operação não estava em crise, mas que, agora, “está sofrendo reflexos da crise econômico-financeira que ensejou o pedido de recuperação judicial”.
“Ainda que a MaxMilhas tenha uma operação independente, o mercado de agências de turismo online tem sido bastante impactado, o que vem dificultando significativamente a capacidade financeira”, afirmou a empresa em um comunicado ao mercado.
Criada em 2013, a MaxMilhas diz que já operou mais de 12 milhões de viagens. Pelo modelo de negócio, os clientes podiam vender milhas de companhias aéreas e/ou comprar passagens com descontos. No último mês de agosto, a empresa anunciou que parcelaria o pagamento a clientes que venderam milhas.
O valor da dívida se soma ao prejuízo da 123 Milhas (2,3 bilhões de reais), totalizando 2,5 bilhões de reais.
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