Política
Lula reestrutura o GSI e cria Secretaria de Segurança Presidencial; veja o que muda
Desde o 8 de Janeiro, presidente repassou à PF a responsabilidade da segurança presidencial


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alterou a estrutura do Gabinete de Segurança Institucional, realocando departamentos internamente e criando cargos estratégicos para a segurança presidencial.
Com as alterações, o GSI é retirado da segurança presidencial, mantendo o foco em outras atividades.
As mudanças foram publicadas no Diário Oficial da União, nesta quinta-feira 31.
A antiga Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial agora se denomina Secretaria de Segurança Presidencial, passando a estar dedicada apenas a atividades de segurança.
Com a reestruturação, Lula mantém a Polícia Federal em sua segurança, mas a coordenação ficará à cargo do GSI.
A exclusão do GSI da segurança do presidente da República é um movimento traçado desde os acontecimentos do 8 da Janeiro.
À época, Lula já havia manifestado desconfiança com os militares que faziam a sua segurança e adiantou que as funções deveriam ser repassadas à Polícia Federal.
Ainda no dia 12 de janeiro, Lula afirmou que tem desconfianças em relação aos militares e afirmou que “muita gente” das Forças Armadas foi “conivente” com a invasão aos Três Poderes.
Nesta terça-feira 28, o Gabinete de Segurança Institucional exonerou o coronel Carlos Onofre Serejo Luz Sobrinho, até então coordenador-geral do órgão, responsável pelas Operações de Segurança Presidencial.
Onofre era investigado pela CPMI do 8 de Janeiro e, com a conclusão da sindicância que apurou seus dados telefônicos e telemáticos, foi indicado que houve deficiência no fluxo e qualidade de informações.
A falha foi apontada como determinante para a falta de reforço durante a invasão do Palácio do Planalto.
Ao longo das investigações sobre os atos golpistas houve a informação de que um segurança que integrava a equipe de escolta do presidente estava em um grupo de WhastApp de militares da ativa que discutiam a possibilidade de se fazer um golpe de Estado no Brasil.
A descoberta foi feita pela Polícia Federal, durante a perícia no celular de Mauro Cid, o ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL).
Além disso, a Polícia Federal apurou que o GSI enviada à Cid informações sobre a segurança de viagens do presidente.
As informações foram repassadas, inclusive, no primeiro semestre deste ano, durante a gestão do petista.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Governo federal exonerou, em média, dez militares do GSI por semana em 2023
Por André Lucena
GSI exonera coordenador-geral por ‘falha de comunicação’ no 8 de Janeiro
Por CartaCapital