Sociedade
Mortes em operação da PM no litoral de São Paulo sobem para 24
O novo caso foi registrado como morte decorrente de intervenção policial, homicídio tentado e posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito


Um homem de 31 anos morreu em um suposto confronto com a Polícia Militar no Guarujá, litoral de São Paulo. Com isso, chegou a 24 o número de mortos na Operação Escudo, deflagrada pela PM paulista no fim de julho, após o assassinato do agente da Rota Patrick Bastos Reis, na mesma cidade.
Segundo a versão oficial da Secretaria de Segurança Pública paulista, os policiais viram o suspeito com um arma longa pendurada no ombro na terça-feira 29. Durante a abordagem, o homem teria atirado na direção dos agentes, que revidaram e o acertaram.
A polícia diz ter apreendido uma submetralhadora, um carregador de munição e um rádio comunicador. O suspeito foi levado à Unidade de Pronto Atendimento da Rodoviária, mas não resistiu aos ferimentos.
O caso foi registrado como morte decorrente de intervenção policial, homicídio tentado e posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.
A SSP informa que, entre 28 de julho e 29 de agosto, 709 pessoas foram presas. No período, os policiais apreenderam 90 armas e 928 quilos de entorpecentes.
A Operação Escudo é alvo de denúncias de parentes de pesosas mortas. Os relatos acusam excessos, agressões e prática de tortura por agentes. A conduta dos policiais na ação, considerada a mais letal desde o Massacre do Carandiru, em 1996, é investigada pelo Ministério Público.
A Defensoria Pública do estado já pediu o “fim imediato” da intervenção policial na região e defendeu que todos os agentes envolvidos nas mortes de civis fossem afastados temporariamente.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Policial atingida por Roberto Jefferson pede indenização por danos morais, psicológicos e estéticos
Por André Lucena
Polícia diz que chacina com 9 mortes na Bahia foi motivada por ciúmes
Por CartaCapital