Cultura

A vida como ela é

Confira os destaques do É Tudo Verdade, o Festival Internacional de Documentários em cartaz nos cinemas de São Paulo e Rio de Janeiro

A vida como ela é
A vida como ela é
A vida como ela é. Ao Abismo - Um conto de morte, um conto de vida, de Werner Herzog
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por Orlando Margarido

É Tudo Verdade – Festival internacional de documentários


23 de março a 1º de abril


São Paulo e Rio de Janeiro

Nascido na Lombardia, Dino Cazzola não seguiu o método habitual dos italianos emigrados ao Brasil. Conviveu com os pracinhas durante a Segunda Guerra Mundial e desembarcou por aqui em 1959 como um militar brasileiro sem documentos. A lembrança dolorosa de ter visto sua cidade destruída se contrapôs anos depois à visão da nascente Brasília, para onde foi motivado pela novidade. Por ter a experiência de registrar os horrores da guerra, ncaminhou-se ao trabalho de cinegrafista, primeiro na TV Brasília, e depois na própria produtora, a Prodic, de onde enviou imagens dos governos de JK a Geisel para emissoras de todo o País e criou peças publicitárias para o Estado.

A trajetória é revista no documentário Dino Cazzola – Uma filmografia de Brasília, programado no Festival É Tudo Verdade, que tem início na sexta 23, em São Paulo e no Rio de Janeiro, com itinerância para Brasília, em abril, e Belo Horizonte, em maio. O filme da dupla Andrea Prates e Cleisson Vidal tem a primeira exibição no sábado 24, às 21 horas, no CineSesc. Os realizadores partem de um acervo pessoal deixado por seu protagonista com 300 horas de material gravado entre as décadas de 1960 e 1970.

Até 1º de abril, esta 17ª edição mostrará 80 títulos de 27 países, de novidades nacionais como o competente Tropicália, de Marcelo Machado, a destaques internacionais, a exemplo do ótimo Crazy Horse, do veterano Frederick Wiseman. Para além das descobertas, os cinéfilos têm especial compromisso com a visão de Rogério Sganzerla por Joel Pizzini e do esquecido cineasta Olney São Paulo em Manhã Cinzenta, além das retrospectivas.

Essas são dedicadas ao mestre brasileiro no gênero Eduardo Coutinho, cuja homenagem inclui cópia nova de Cabra Marcado para Morrer, e ao argentino Andrés di Tella, com obra voltada à identidade e ao espírito de uma época, segundo o organizador Amir Labaki. Cada vez mais entusiasta da investigação, Werner Herzog oferece uma visita perturbadora a um condenado à pena capital em Ao Abismo – Um conto de morte, um conto de vida.

por Orlando Margarido

É Tudo Verdade – Festival internacional de documentários


23 de março a 1º de abril


São Paulo e Rio de Janeiro

Nascido na Lombardia, Dino Cazzola não seguiu o método habitual dos italianos emigrados ao Brasil. Conviveu com os pracinhas durante a Segunda Guerra Mundial e desembarcou por aqui em 1959 como um militar brasileiro sem documentos. A lembrança dolorosa de ter visto sua cidade destruída se contrapôs anos depois à visão da nascente Brasília, para onde foi motivado pela novidade. Por ter a experiência de registrar os horrores da guerra, ncaminhou-se ao trabalho de cinegrafista, primeiro na TV Brasília, e depois na própria produtora, a Prodic, de onde enviou imagens dos governos de JK a Geisel para emissoras de todo o País e criou peças publicitárias para o Estado.

A trajetória é revista no documentário Dino Cazzola – Uma filmografia de Brasília, programado no Festival É Tudo Verdade, que tem início na sexta 23, em São Paulo e no Rio de Janeiro, com itinerância para Brasília, em abril, e Belo Horizonte, em maio. O filme da dupla Andrea Prates e Cleisson Vidal tem a primeira exibição no sábado 24, às 21 horas, no CineSesc. Os realizadores partem de um acervo pessoal deixado por seu protagonista com 300 horas de material gravado entre as décadas de 1960 e 1970.

Até 1º de abril, esta 17ª edição mostrará 80 títulos de 27 países, de novidades nacionais como o competente Tropicália, de Marcelo Machado, a destaques internacionais, a exemplo do ótimo Crazy Horse, do veterano Frederick Wiseman. Para além das descobertas, os cinéfilos têm especial compromisso com a visão de Rogério Sganzerla por Joel Pizzini e do esquecido cineasta Olney São Paulo em Manhã Cinzenta, além das retrospectivas.

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