Mundo
Na despedida da Cúpula do Brics, Lula deixa porta aberta para entrada de (ainda) mais países no bloco
‘Não quero saber que pensamento ideológico tem o governante, eu quero saber se o país está dentro dos critérios que estabelecemos’, afirmou


Depois que o Brics – grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – decidiu pela integração de novos membros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que, em caso novos pedidos de ingresso, as escolhas serão feitas de forma “seletiva” e “criteriosa”, “de acordo com a importância de cada país”.
A declaração foi feita durante entrevista coletiva do presidente, nesta quinta-feira 24, em Joanesburgo, na África do Sul.
“Outros países vão pedir, e vamos fazer da mesma forma seletiva, criteriosa, escolhendo as pessoas de acordo com a importância geopolítica de cada país”, afirmou Lula, que sustentou que a escolha deverá ser feita sem levar em consideração “a pessoa do governo”, mas “a importância do país”.
“Não quero saber que pensamento ideológico tem o governante, eu quero saber se o país está dentro dos critérios que estabelecemos”, afirmou.
Hoje, o grupo anunciou a decisão de incluir Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Argentina no bloco. Sobre o país sul-americano, que está a pouco menos de dois meses das eleições presidenciais, a notícia reverberou no ambiente político argentino.
Enquanto o presidente Alberto Fernández celebrou a inclusão, cunhando a adesão como “um novo passo na consolidação daquela Argentina fraterna e aberta ao mundo”, a candidata macrista Patricia Bullrich, da oposição, afirmou que, caso seja eleita, não permitirá que o país ingresse no Brics.
Na entrevista de hoje, Lula tratou, também, da ideia de criar uma moeda comum para os países do Brics. A proposta vem sendo ventilada desde que Lula retornou à presidência do Brasil.
“Decidimos, com muita maturidade, garantir que a área econômica dos países do Brics estudem para que na próxima reunião dos Brics, que será na Rússia, a gente apresente uma solução para saber se vamos estar de consenso ou não [sobre a moeda única]”, afirmou Lula.
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