Cultura
Robert Redford repensa os EUA de Abraham Lincoln
O diretor dramatiza o entorno da morte de um dos grandes ícones da política do país, que perdia a ingenuidade e buscava se repensar como nação livre e justa


Conspiração americana
Robert Redford
É certo crer que países como França e Estados Unidos tenham de maneira diferente influenciado os rumos da história, um com a revolução que despejou a monarquia, outro a acolher imigrantes para se condicionar uma potência. Mais certo, no entanto, é distinguir nessas nações a força de uma cinematografia que sabe impor esses e outros episódios, ainda que menores, como determinantes ao mundo. Peguemos como exemplo este Conspiração Americana, estreia desta sexta 4. O filme parte de um acontecimento trágico, o assassinato de Abraham Lincoln, em abril de 1865. Mas o cenário histórico é amplo com a Guerra de Secessão em que se encontram o Sul e o Norte, embate que vitimaria o presidente. Não será examinar a situação, no entanto, o objetivo aqui, e sim tratar da única mulher envolvida na dita conspiração.
Dessa forma, a direção de Robert Redford dramatiza o destino de um personagem um tanto lateral aos conflitos. Evita assim uma longa lista de títulos relativos a Lincoln, que começa em D.W. Griffith e continua com John Ford, ou sobre a guerra civil propriamente. Mary Surrat (Robin Wright) é essa acusada de conspirar com os confederados. Viúva, comanda uma pensão em Washington onde se abrigam vários deles, até mesmo seu filho John Surrat e o ator John Wilkes Booth, executor do assassinato. Presa, é levada a julgamento e defendida por um jovem advogado hesitante (James McAvoy), relação sobre a qual o filme se fixará. Talvez o desconhecimento da sorte de Mary Surrat, razoável de se supor por aqui, promova maior empatia com o espectador local do que a abordagem de um país que perdia a ingenuidade e buscava se repensar como nação livre e justa. Visto assim, não se pode negar ao filme uma importância além dos limites locais.
Conspiração americana
Robert Redford
É certo crer que países como França e Estados Unidos tenham de maneira diferente influenciado os rumos da história, um com a revolução que despejou a monarquia, outro a acolher imigrantes para se condicionar uma potência. Mais certo, no entanto, é distinguir nessas nações a força de uma cinematografia que sabe impor esses e outros episódios, ainda que menores, como determinantes ao mundo. Peguemos como exemplo este Conspiração Americana, estreia desta sexta 4. O filme parte de um acontecimento trágico, o assassinato de Abraham Lincoln, em abril de 1865. Mas o cenário histórico é amplo com a Guerra de Secessão em que se encontram o Sul e o Norte, embate que vitimaria o presidente. Não será examinar a situação, no entanto, o objetivo aqui, e sim tratar da única mulher envolvida na dita conspiração.
Dessa forma, a direção de Robert Redford dramatiza o destino de um personagem um tanto lateral aos conflitos. Evita assim uma longa lista de títulos relativos a Lincoln, que começa em D.W. Griffith e continua com John Ford, ou sobre a guerra civil propriamente. Mary Surrat (Robin Wright) é essa acusada de conspirar com os confederados. Viúva, comanda uma pensão em Washington onde se abrigam vários deles, até mesmo seu filho John Surrat e o ator John Wilkes Booth, executor do assassinato. Presa, é levada a julgamento e defendida por um jovem advogado hesitante (James McAvoy), relação sobre a qual o filme se fixará. Talvez o desconhecimento da sorte de Mary Surrat, razoável de se supor por aqui, promova maior empatia com o espectador local do que a abordagem de um país que perdia a ingenuidade e buscava se repensar como nação livre e justa. Visto assim, não se pode negar ao filme uma importância além dos limites locais.
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