Estudantes da USP cobram investigação sobre GCM que sacou arma em campus

Estudantes da Universidade de São Paulo afirmam ter sido ameaçados por um grupo que entrou no campus da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas na quinta-feira 17. Um dos indivíduos estava armado.

Um dos envolvidos no caso é o influenciador e ex-comentarista da Jovem Pan Lucas Pavanato. Estava com ele o integrante da Guarda Civil Metropolitana Marcelo Ferreira, responsável por sacar uma arma.

Estudantes e militantes foram às redes sociais denunciar o episódio e pedir investigação. “Aconteceu pela terceira vez a vinda de figuras da extrema-direita [para] provocar os estudantes aqui”, relatou o militante Renato Assad. “É muito importante dizer que o que fizeram aqui hoje foi criminoso.”

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Após o caso, Pavanato afirmou ter ido à universidade para promover um jogo a fim de evidenciar se havia ou não uma “doutrinação ideológica”. Ele disse que a ideia era apresentar figuras históricas de direita e de esquerda para que os estudantes indicassem se as conheciam ou não. “A minha ideia era provar que eles conheciam os de esquerda, mas não conheciam os de direita’, disse, em entrevista ao canal do Youtube Fio Diário.

O próprio Pavanato divulgou imagens em que era hostilizado pelos estudantes aos gritos de “fascista, recua”.

Ao comentar o caso, o vereador Fernando Holiday (PL) saiu em defesa de Pavanato. “A esquerda, mais uma vez, mostra o que há de pior nela. Agrediram o Lucas Pavanato na USP sem razão alguma”, escreveu. “A USP foi sequestrada pela esquerda radical, tomada por militantes que não trabalham, não estudam e que desperdiçam nosso dinheiro. Força, Pavanato.”

Também após o caso, o MBL divulgou uma nota informando que os envolvidos não fazem parte do movimento, que foram à universidade por seus próprios meios e devem pagar exclusivamente pelas consequências de seus atos.

No texto, o movimento cita uma suposta “violência da esquerda contra a direita”, mas diz considerar a ação de Pavanato e do GCM “desastrosa e irresponsável”.

A CartaCapital, a Secretaria Municipal de Segurança Urbana e a Guarda Civil Metropolitana de São Paulo declararam que “as informações referentes ao caso do agente citado foram encaminhadas à Corregedoria-Geral da GCM e seguem em apuração”.

Também em nota à reportagem, a USP confirmou o episódio e disse que o indivíduo armado foi identificado e encaminhado à delegacia pela Polícia Militar, onde uma ocorrência foi registrada.