Cultura

Por um lugar sob o sol

Relegados do circuito tradicional, os registros de curta e média-metragem nacionais estão no Dicionário de Filmes Brasileiros Curta e Média-Metragem. Saiba mais sobre essa e outras obras no Sugestões Bravo! para ler

Por um lugar sob o sol
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Dicionário de filmes brasileiros
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Dicionário de Filmes Brasileiros Curta e Média-Metragem


Antonio Leão da Silva Neto


Instituto Brasileiro de Arte e Cultura, 1.270 págs.

Relegados do circuito tradicional de exibição, os registros de curta e média-metragem nacionais ganham um alentado veículo de referência. Trata-se do Dicionário de Filmes Brasileiros Curta e Média-Metragem, realizado pelo pesquisador Antonio Leão da Silva Neto.

No ofício ao menos desde os anos 1990, com volumes sobre intérpretes e longas-metragens do País, Leão da Silva mobilizou-se agora para catalogar 21 mil filmes em um arco histórico que cobre das primeiras experiências de Afonso Segreto com uma câmera, em 1898, no Rio de Janeiro, até a produção recente.

Às variadas bitolas e suportes de película, seja super-8, seja 16 ou 35 milímetros, e digital, somam-se sinopses, festivais que acolheram os títulos e curiosidades. A distribuição do livro é gratuita e pode ser solicitada pelo e-mail dicionariodefilmes@ibacbr.com.br, ou pelo telefone (11) 6944-7850. (Orlando Margarido)

Guerras esquecidas


Rios de Sangue – Vol. 1


Record, 454 págs. 59,90 reais


Cinzas do Sul – Vol. 2


Record, 462 págs. 59,90 reais

Há muitas maneiras de olhar uma pradaria. É possível focar as verdes campinas, sentir seu perfume e admirar seu viço. Ou mirar os prados e lembrar das lutas sangrentas ali travadas.

O escritor e jornalista José Antônio Severo está no segundo grupo e sua predileção é pelas batalhas que formaram as civilizações da América do Sul. Depois de Os Senhores da Guerra, Severo lança um romance em dois volumes, Rios de Sangue e Cinzas do Sul, saga que conta a história dos conflitos que se arrastaram por décadas no cone sul do continente americano.

Embora ficcionais, os livros têm como base minuciosa pesquisa e os depoimentos de historiadores locais. A Guerra dos Cem Anos da América do Sul, desconhecida da maioria dos atuais moradores da região, se estendeu de 1767 a 1870 e envolveu Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Na raiz de tudo, reflexos de conflitos europeus, lutas internas, batalhas por terras de fronteiras. Guerras que pareciam não ter fim.

Ao final fez-se, a pólvora e espadas, um novo desenho dos países envolvidos. “É uma saga da construção das nacionalidades. Os conflitos armados na região platina, no extremo sul brasileiro e regiões litorâneas do Cone Sul hispânico, foram os momentos mais dramáticos da formação da América do Sul como ela é hoje subdividida politicamente”, afirma Severo.

Litoral, para os hispano-americanos platinos, são as terras banhadas pelos três grandes rios da bacia do Prata: Paraguai, Uruguai e Paraná. São ainda as terras que hoje compõem o Rio Grande do Sul, a República Oriental do Uruguai e as províncias argentinas das margens do Paraná.

No início de Rios de Sangue, Severo apresenta as seguidas tentativas espanholas de dominar Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Em 1762, os reinos da família Bourbon, Espanha, França e Nápoles, entram em guerra com Inglaterra e Portugal, o que afeta todo o império luso e chega ao Brasil. O primeiro volume conta os primeiros 50 anos destas guerras e o segundo, os 50 restantes.

A trama é acompanhada pelos olhos do jovem Manuel Luís, criado em família aristocrática, mas bastante ligado aos aspectos culturais gaúchos. Muito nos lembra as origens do autor, que passou a infância na fronteira sul e ouviu histórias de antigos conflitos. Manuel seguirá carreira militar e seu destino será o das guerras. (Araújo Lopes)

Iventário de computador


Os cantos perdidos da Odisseia


Zachary Mason


Companhia das Letras,


224 págs., 39 reais

Tornou-se lugar-comum dizer que a cultura pós-moderna é uma cultura de inventário.

Incapazes de criar como os antigos, os escritores atuais comentam obras antigas, ou fazem variações sobre elas, e apresentam seus comentários e variações como obra de arte. Agora, chegamos ao auge: o inventário computadorizado.

O cientista computacional americano Zachary Mason, 35 anos, nascido no famoso Vale do Silício, filho de um policial encarregado de vigiar condenados em liberdade condicional e de uma bibliotecária, apresentou em 2007, nos Estados, a ficção Os Cantos Perdidos da Odisseia, agora lançada no Brasil.

Mason imagina, por exemplo, que Ulisses casou com Helena, ou a matou, e que Aquiles eliminava tanto gregos quanto troianos. Menino-prodígio, o autor entrou na faculdade com 14 anos e fez o seu doutorado aos 19. Usando seus conhecimentos sobre informática, estruturou variações sobre os relatos de Homero, que apresenta como obtidas num papiro antigo. Esse feito da alta matemática está sendo apresentado como um enorme passo adiante nas belas-letras. Ver para crer. (Renato Pompeu)

Dicionário de Filmes Brasileiros Curta e Média-Metragem


Antonio Leão da Silva Neto


Instituto Brasileiro de Arte e Cultura, 1.270 págs.

Relegados do circuito tradicional de exibição, os registros de curta e média-metragem nacionais ganham um alentado veículo de referência. Trata-se do Dicionário de Filmes Brasileiros Curta e Média-Metragem, realizado pelo pesquisador Antonio Leão da Silva Neto.

No ofício ao menos desde os anos 1990, com volumes sobre intérpretes e longas-metragens do País, Leão da Silva mobilizou-se agora para catalogar 21 mil filmes em um arco histórico que cobre das primeiras experiências de Afonso Segreto com uma câmera, em 1898, no Rio de Janeiro, até a produção recente.

Às variadas bitolas e suportes de película, seja super-8, seja 16 ou 35 milímetros, e digital, somam-se sinopses, festivais que acolheram os títulos e curiosidades. A distribuição do livro é gratuita e pode ser solicitada pelo e-mail dicionariodefilmes@ibacbr.com.br, ou pelo telefone (11) 6944-7850. (Orlando Margarido)

Guerras esquecidas


Rios de Sangue – Vol. 1


Record, 454 págs. 59,90 reais


Cinzas do Sul – Vol. 2


Record, 462 págs. 59,90 reais

Há muitas maneiras de olhar uma pradaria. É possível focar as verdes campinas, sentir seu perfume e admirar seu viço. Ou mirar os prados e lembrar das lutas sangrentas ali travadas.

O escritor e jornalista José Antônio Severo está no segundo grupo e sua predileção é pelas batalhas que formaram as civilizações da América do Sul. Depois de Os Senhores da Guerra, Severo lança um romance em dois volumes, Rios de Sangue e Cinzas do Sul, saga que conta a história dos conflitos que se arrastaram por décadas no cone sul do continente americano.

Embora ficcionais, os livros têm como base minuciosa pesquisa e os depoimentos de historiadores locais. A Guerra dos Cem Anos da América do Sul, desconhecida da maioria dos atuais moradores da região, se estendeu de 1767 a 1870 e envolveu Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Na raiz de tudo, reflexos de conflitos europeus, lutas internas, batalhas por terras de fronteiras. Guerras que pareciam não ter fim.

Ao final fez-se, a pólvora e espadas, um novo desenho dos países envolvidos. “É uma saga da construção das nacionalidades. Os conflitos armados na região platina, no extremo sul brasileiro e regiões litorâneas do Cone Sul hispânico, foram os momentos mais dramáticos da formação da América do Sul como ela é hoje subdividida politicamente”, afirma Severo.

Litoral, para os hispano-americanos platinos, são as terras banhadas pelos três grandes rios da bacia do Prata: Paraguai, Uruguai e Paraná. São ainda as terras que hoje compõem o Rio Grande do Sul, a República Oriental do Uruguai e as províncias argentinas das margens do Paraná.

No início de Rios de Sangue, Severo apresenta as seguidas tentativas espanholas de dominar Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Em 1762, os reinos da família Bourbon, Espanha, França e Nápoles, entram em guerra com Inglaterra e Portugal, o que afeta todo o império luso e chega ao Brasil. O primeiro volume conta os primeiros 50 anos destas guerras e o segundo, os 50 restantes.

A trama é acompanhada pelos olhos do jovem Manuel Luís, criado em família aristocrática, mas bastante ligado aos aspectos culturais gaúchos. Muito nos lembra as origens do autor, que passou a infância na fronteira sul e ouviu histórias de antigos conflitos. Manuel seguirá carreira militar e seu destino será o das guerras. (Araújo Lopes)

Iventário de computador


Os cantos perdidos da Odisseia


Zachary Mason


Companhia das Letras,


224 págs., 39 reais

Tornou-se lugar-comum dizer que a cultura pós-moderna é uma cultura de inventário.

Incapazes de criar como os antigos, os escritores atuais comentam obras antigas, ou fazem variações sobre elas, e apresentam seus comentários e variações como obra de arte. Agora, chegamos ao auge: o inventário computadorizado.

O cientista computacional americano Zachary Mason, 35 anos, nascido no famoso Vale do Silício, filho de um policial encarregado de vigiar condenados em liberdade condicional e de uma bibliotecária, apresentou em 2007, nos Estados, a ficção Os Cantos Perdidos da Odisseia, agora lançada no Brasil.

Mason imagina, por exemplo, que Ulisses casou com Helena, ou a matou, e que Aquiles eliminava tanto gregos quanto troianos. Menino-prodígio, o autor entrou na faculdade com 14 anos e fez o seu doutorado aos 19. Usando seus conhecimentos sobre informática, estruturou variações sobre os relatos de Homero, que apresenta como obtidas num papiro antigo. Esse feito da alta matemática está sendo apresentado como um enorme passo adiante nas belas-letras. Ver para crer. (Renato Pompeu)

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