Economia
Privatização da Eletrobras fez muito mal ao Brasil, reforça ministro de Minas e Energia
A declaração foi concedida por Alexandre Silveira horas depois de um apagão nesta terça-feira


O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, voltou a criticar nesta terça-feira 15 a privatização da Eletrobras, concretizada no ano passado.
A declaração foi concedida durante uma coletiva de imprensa convocada para esclarecer alguns aspectos do apagão elétrico registrado nesta manhã.
“Todos conhecem minha posição com relação à privatização. Um setor estratégico para a segurança do País, inclusive para segurança alimentar e energética, não deveria ser privatizado”, afirmou Silveira.
Mais cedo, a primeira-dama Janja da Silva publicou uma mensagem nas redes sociais para rebater, de forma indireta, críticas do ex-governador do Ceará Ciro Gomes. “A Eletrobras foi privatizada em 2022. Era só esse o tuite”, escreveu a socióloga.
Questionado sobre a manifestação da primeira-dama, Silveira disse apenas ter se tratado de “uma afirmativa textual” sobre “um fato que realmente aconteceu e que gera instabilidade para o setor elétrico nacional”.
O ministro de Minas e Energia ainda criticou o fato de ter sido informado pela imprensa sobre a renúncia de Wilson Ferreira Júnior, agora ex-presidente da Eletrobras, e sua substituição por Ivan de Souza Monteiro.
“A minha posição é de que a privatização da Eletrobras fez muito mal, em especial no modelo em que ela ocorreu”, completou.
Em maio, o governo Lula, por meio da Advocacia-Geral da União, acionou o Supremo Tribunal Federal contra trechos da lei que autorizou a venda da Eletrobras. A ação contesta o dispositivo a tratar da redução na participação da União em votações no conselho da empresa.
A lei impediu que um acionista ou um grupo de acionistas exerça poder de voto superior a 10% da quantidade de ações. A avaliação da AGU é que o governo federal foi prejudicado pela norma, uma vez que detém cerca de 43% das ações ordinárias.
Ao protocolar a ação no STF, a AGU ressaltou que o objetivo não é reestatizar a Eletrobras, mas resguardar o interesse público e os direitos de propriedade da União.
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