Política

Bolsonaro evita responder se joias recebidas em Minas Gerais ainda estão com ele

Mensagens obtidas pela CPMI do 8 de Janeiro indicam que Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, teria solicitado que os objetos não fossem incluídos na lista oficial de presentes

Bolsonaro evita responder se joias recebidas em Minas Gerais ainda estão com ele
Bolsonaro evita responder se joias recebidas em Minas Gerais ainda estão com ele
O ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Douglas Magno/AFP
Apoie Siga-nos no

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse a jornalistas que as pedras preciosas recebidas por ele durante ato de campanha no ano passado em Teófilo Otoni, em Minas Gerais, custam apenas 400 reais. O ex-capitão, porém, evitou responder se ainda está com o objeto.

As declarações foram concedidas após uma reunião na Prefeitura de São Paulo, nesta segunda-feira 7. “A própria pessoa que me presenteou, não conheço ela, um advogado, disse que as pedras que ele comprou valem 400 reais. Está em algum lugar. Ninguém vai sumir com um negócio de 400. Pode até ter sido extraviado”, disse o ex-presidente.

O novo caso das pedras preciosas envolve a troca de e-mails entre militares que atuavam na Presidência sobre o recebimento de uma caixa com supostas pedras preciosas na cidade mineira. Uma das mensagens registrava que o coronel Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro teria solicitado que os objetos não fossem incluídos na lista oficial de presentes.

A mensagem, enviada pelo ex-ajudante de ordens da Presidência Cleiton Henrique Holzschuk no dia 27 de outubro, tinha como destinatários outros dois ajudantes de ordens, Adriano Alves Teperino e Osmar Crivelatti. Segundo o e-mail, Mauro Cid – braço-direito de Bolsonaro – teria determinado que os bens não fossem cadastrados.

“Foi guardado no cofre grande, 01 (um) envelope contendo predas [sic] preciosas para o PR [presidente] e 01 (uma) caixa de pedras preciosas para a PD [primeira-dama], recebidas em Teólifo [sic] Otoni em 26/10/22. A pedido do TC [tenente-coronel] Cid, as pedras não devem ser cadastradas e devem ser entregues em mão para ele [Cid]. Demais duvidas, Sgt Furriel está ciente do assunto”, diz o texto.

Bolsonaro também negou ter utilizado o dinheiro recebido via Pix por apoiadores para custear despesas pessoais. De acordo com relatório do Coaf, o ex-presidente recebeu cerca de 17 milhões de reais somente em 2023 – movimentação considerada “atípica” pelo órgão.

De acordo com o ex-capitão, as transferências que fez a familiares e a um assessor saíram da sua aposentadoria e do salário que ganha no PL, e foram efetuadas antes das doações. O ex-presidente alegou ainda que o tenente do exército Osmar Crivelatti cuida de parte de suas despesas pessoais, por isso recebeu 11 mil reais.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo