Política

PF adia depoimento de Zambelli sobre ligação com Walter Delgatti

Segundo Alexandre de Moraes, ainda é preciso esclarecer a suposta participação da deputada como mandante de invasão a sistemas do Judiciário

PF adia depoimento de Zambelli sobre ligação com Walter Delgatti
PF adia depoimento de Zambelli sobre ligação com Walter Delgatti
A deputada licenciada Carla Zambelli. Foto: Lula Marques/EBC
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A Polícia Federal adiou o depoimento da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que seria prestado na tarde desta segunda-feira 7, e ainda não definiu uma nova data para a oitiva. A informação foi divulgada pela GloboNews.

O advogado Daniel Bialski, que representa Zambelli, argumenta que a defesa ainda não teve acesso ao inquérito.

A bolsonarista foi intimada após a corporação deflagrar a Operação 3FA, que apura a invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça em janeiro deste ano.

Na semana passada, a PF cumpriu um mandado de prisão preventiva contra o hacker Walter Delgatti Neto e mandados de busca e apreensão contra Zambelli.

Entre as informações fraudulentas incluídas no sistema esteve um falso mandado de prisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, contra ele mesmo. Também houve a inserção irregular de alvarás de soltura.

Segundo Moraes, ainda é preciso esclarecer a suposta participação de Zambelli como mandante do crime, “com objetivo de atacar o sistema eleitoral brasileiro em razão de sua insatisfação com o resultado das Eleições Gerais de 2022”.

O juiz entende ser necessário, também, apurar os pagamentos a Delgatti realizados por Renan Cesar Silva Goulart, assessor lotado no gabinete do deputado estadual Bruno Zambelli, irmão da deputada, na Assembleia Legislativa de São Paulo, e por Jean Hernani Guimarães Vilela, funcionário do gabinete de Carla Zambelli.

Moraes quebrou o sigilo bancário de Zambelli e dos assessores parlamentares envolvidos nos pagamentos a Walter Delgatti. O argumento é que os autos demonstram ser plenamente cumprido o pré-requisito para a medida, diante de “fortes indícios de que o crime foi cometido mediante paga e que os pagamentos ocorreram em espécie e por transferências na modalidade Pix”, a partir dos assessores parlamentares ligados a Zambelli.

A Polícia Federal terá um mês para analisar o material apreendido com a deputada.

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