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Ouvidor das Polícias denuncia ameaças e racismo após atuação sobre operação no Guarujá: ‘Tem que morrer também’
‘Demorou pra matar esses vagabundos’, diz uma das mensagens em grupo de policiais penais, onde chegaram a chamar o ouvidor de ‘negro maldito’
O ouvidor das Polícias de São Paulo, Cláudio Aparecido da Silva, registrou boletim de ocorrência nesta sexta-feira 4, após ameaças de morte e racismo recebidas via WhatsApp no meio desta semana. A informação foi antecipada pela CNN Brasil e confirmada por CartaCapital.
No grupo chamado “Polícia Penal Assuntos”, um policial ameaçou o ouvidor de morte e o chamou de “defensor de bandidos”. Há mais de uma semana, a Operação Escudo, que atua na Baixada Santista, já deixou 16 pessoas mortas.
“Não podemos tapar o sol com a peneira e fingir que nada está acontecendo, demorou pra matar esses vagabundos, e que se estiver apoiando bandido igual esse negro maldito e esse ouvidor das polícias, tem que morrer também“, diz a mensagem.
Nas mensagens, o policial ainda diz que “a sociedade tem que sair às ruas para apoiar as forças de segurança contra esse negro maldito” e que a situação “vai virar uma guerra”. O número e nome do suspeito, identificado como Hélio Matos, estão agora com a Polícia Civil.
As ameaças decorrem após a atuação de Cláudio na checagem do número de mortes na Operação, também como o porta-voz de denúncias feitas por moradores de que estariam ocorrendo violações de direitos humanos nas abordagens policiais. Inclusive, o ouvidor convidou ministros para visitarem a região.
Esta é a atribuição comum da Ouvidoria de Polícias, que tem como dever ouvir, encaminhar e acompanhar as denúncias, reclamações e representações da população referentes a atos arbitrários ou que violem os direitos individuais ou coletivos praticados por autoridades e agentes policiais, civis e militares.
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