Mundo
Procurador pede julgamento rápido de Trump, indiciado por tentar mudar o resultado da eleição
O processo pode colocar em xeque a candidatura do magnata para o pleito do ano que vem


O ex-presidente Donald Trump foi indiciado, nesta terça-feira 1º, por seus esforços para reverter os resultados da eleição presidencial de 2020.
Trata-se da primeira acusação criminal no âmbito de uma longa investigação sobre as tentativas do magnata de se manter no poder depois de perder a eleição para Joe Biden, em 2020, culminando com a invasão do Capitólio.
A denúncia, apresentada pelo procurador especial Jack Smith, oferece três acusações de conspiração e uma de obstrução da Justiça. Se o crime de conspiração for confirmado antes do período eleitoral, o processo pode tornar Trump inelegível.
Durante um breve pronunciamento, Smith disse desejar “um julgamento sem demora”. De acordo com veículos norte-americanos, Trump será convocado a comparecer ao tribunal na quinta-feira 3.
O ex-presidente é acusado de conspiração para fraudar os Estados Unidos e de conspiração para obstruir um procedimento oficial – no caso, a sessão conjunta do Congresso de 6 de janeiro de 2021, realizada para certificar a vitória de Biden.
“O objetivo da conspiração era reverter os resultados legítimos das eleições de 2020, usando alegações sabidamente falsas de fraude eleitoral”, diz a denúncia.
“Apesar de ter perdido, o réu estava determinado a permanecer no poder”, prossegue o procurador. “Por mais de dois meses após o dia da eleição, em 3 de novembro de 2020, o réu espalhou mentiras de que houve fraude determinante no resultado da eleição e que ele havia realmente vencido. Essas afirmações eram falsas, e o réu sabia que eram falsas.”
Em 6 de janeiro de 2021, Trump proferiu um discurso para seus simpatizantes reunidos nas imediações da Casa Branca, instando-os a “lutar como demônios” contra o resultado da eleição presidencial. Milhares de extremistas de direita semearam o caos e atacaram o Capitólio, em Washington.
Este é o terceiro indiciamento do republicano. O primeiro ocorreu em abril, no caso em que ele é acusado de 34 crimes, entre eles o suborno da estrela pornô Stormy Daniels. Trump teria comprado o silêncio da atriz sobre um affair.
O segundo indiciamento se refere a 37 acusações criminais. A promotoria sustenta que Trump manteve ilegalmente documentos confidenciais em sua propriedade em Mar-a-Lago, na Flórida, e ignorou os pedidos do governo para devolvê-los.
(Com informações da AFP)
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.