Diversidade

33 homens são detidos na Venezuela por estarem em uma sauna gay

ONG denuncia que Polícia Bolivariana invadiu o local sem mandado após uma suposta ligação anônima que denunciava ‘pessoas com HIV’ praticando ‘sexo grupal’

33 homens são detidos na Venezuela por estarem em uma sauna gay
33 homens são detidos na Venezuela por estarem em uma sauna gay
Membros da comunidade LGBTIQ+ e familiares se reúnem do lado de fora do tribunal, aguardando informações sobre 33 homens presos (Foto: Juan Carlos HERNANDEZ/AFP)
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A polícia venezuelana fez uma operação no último domingo 23 e prendeu 33 homens, com idades entre 21 e 57 anos, porque estavam em uma festa em um local privado – uma sauna gay, de acordo com a imprensa local.

O caso aconteceu em Valencia, estado de Carabobo, após uma denúncia anônima, segundo a qual pessoas faziam sexo grupal no espaço e algumas supostamente eram soropositivas.

Na noite de quarta-feira, o Ministério Público local os acusou de “insulto indecente”, “poluição sonora”, ultraje ao pudor e aglomeração. Funcionários da Polícia Nacional Bolivariana dizem que os detidos se gravavam com o objetivo de comercializar o material pornográfico.

Sem mandado e nenhum crime apurado, a polícia liberou 30 detidos — que ainda terão de se apresentar à Justiça — mas manteve presos o dono do Avalon Club e dois massagistas, apenas por serem homossexuais. Para sair, eles precisam apresentar fiadores. Além da prisão, fotos dos homens detidos foram divulgadas. 

A detenção e criminalização de pessoas LGBTQIA+ é algo que está arraigado no país há várias décadas. Pessoas LGBTQIA+ foram criminalizadas nas décadas de 1960, 1970 e 1980”, afirma em comunicado, a ONG Observatório de Violências LGBTIQ+.

A ONG exige que a origem da denúncia seja investigada e que sejam processados ​​os que acionaram o aparelho de Estado para o preconceito e a discriminação por orientação sexual. 

Além de destacarem a submissão dos homens ao ridículo público e a violação do direito à privacidade e ao devido processo.

A família dos detidos relataram à organização ter sido extorquidos pela polícia para libertá-los em troca de dinheiro.

A Anistia Internacional da Venezuela também criticou a ação da polícia, destacando que os 33 presos não tiveram proteção judicial e foram detidos arbitrariamente “acusados de homossexualidade” em 2023.

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